sábado, 29 de janeiro de 2011

Gestão de Pessoas, Capital Intelectual e Sucesso.

Gestão de pessoas é o gerenciamento que envolve a busca da habilidade e conhecimento da ação humana no que se determina chamar cargo e função. Esse
gerenciamento visa compreender e estimular o avanço do capital intelectual, de forma ordenada e motivadora.
O gestor necessita compreender a ação do homem como reveladora do ato de pensar e só depois, agir. O Capital Intelectual, surge quando se estimula o ato de pensar dentro de uma empresa, respeitando a natureza do cargo e o que representa sua produção.


Produzir é fazer, é ação, é mudar, é buscar, é realizar algo em prol da condição de continuar trabalhando, visto que toda remuneração é resultado de produção. Logo, o capital intelectual, deve ser estimulado pelos líderes, com o foco na Produção, percebendo a necessidade de treinamento de seu pessoal para elevar o nível cognitivo da organização, visando o aumento do capital financeiro. Produzir visa suprir necessidades dentro de um quadro dinâmico direcionado pelo mercado entre empresa, sociedade e capital intelectual, pois tudo que se produz deve beneficiar o homem, a sociedade local e o mundo como um todo.
Assim, Produção é Vida, é o bem maior da empresa, referenciando seu produto para que o mercado reconheça sua importância, ou seja, a vida de uma empresa está relacionada diretamente com o que produz, analisando o desejo da sociedade no campo biopsicossocial, objetivando atender em produtos, os anseios humanos.



Por exemplo, observe o fenômeno dos computadores na vida das pessoas atualmente, porém lembre-se que equivale à importância da máquina de escrever a 30 anos atrás.



O que se produz é o que tem interesse social, as lembranças são arquivos produzidos e memorizados.
No ato de Pensar, já estou produzindo Vida, satisfazendo alguma necessidade revelada pelo insight que me levou à resolver o problema, e assim achar alternativa viáveis à condição de mercado favorável aos produtos com que trabalho, possibilitando à expansão do capital financeiro.
O capital financeiro em si, não representa sustentabilidade em pequeno e médio prazo. Porém, agregando-se ao capital intelectual, de forma planejada, poderá ser multiplicado a partir da competência dessas duas vertentes.
Toda Vida, é resultado dinâmico de Transformação. Assim o Gestor de Pessoas, precisa transformar seus Recursos Humanos em Capital Intelectual, pensando na vitalidade empresarial de médio a longo prazo.
Aos funcionários, cabe melhorar sua produção, a partir de sua expansão intelectual, visando manter sua empregabilidade e assim acompanhar os desafios da organização.
A Empresa deve remunerar com honestidade e transparência, refletindo sua real condição financeira, atraindo no mercado de recursos humanos, forte capital intelectual, potencializando seu processo seletivo, com uma demanda de bons candidatos, que visam estar trabalhando em empresas que possibilitam o crescimento cognitivo e bem estar material, gerando qualidade de vida.


Observe o exemplo da Rede Globo de Televisão com o Slogan de RH: “os melhores na Globo”.
Assim para conseguir ter uma Gestão de Pessoas que eleve o crescimento e consequente Sucesso, as empresas devem, dispor de uma política de treinamento anual, ampliando a área cognitiva, diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados, e assim estimular o Capital Intelectual demonstrando interesse no avanço acadêmico de ensino superior dos funcionários. Para isso, deve-se solicitar anualmente o curriculum vitae de todos que compõe o quadro de Recursos Humanos da empresa, visando promover os mais aptos a partir da soma de esforços empresarial e pessoal.
Uma política de Gestão de Pessoas justa, visa valorizar o esforço vivido diariamente pelos funcionários, sem isso, alguns solicitam seu desligamento ao perceberem que não adianta seu investimento intelectual, visto que a empresa promove apenas pessoas que possuem perfil de agrado pessoal do líder da área.
Objetivando impedir essa questão, a empresa deve ter um instrumento que legitima as promoções funcionais, provida da área de Recursos Humanos e compartilhada com a liderança da área onde ocorrerá a ascensão funcional. Logo, a Avaliação de Desempenho, quando bem usada, torna-se um instrumento de administração capaz de refletir a condição que permite ou não, uma promoção funcional. Ao proceder dessa forma o gestor de pessoas e os líderes estarão valorizando e estimulando a melhoria intelectual de todos, visando o crescimento do capital intelectual e consequentemente, o Capital Financeiro.
Logo, uma política de cargos e salários bem elaborada, resulta em uma ampla possibilidade de crescimento empresarial, cujo o valor percapto de produção reflita o lastro de potencialidade de mercado ao concorrente e ao cliente. Qualidade tem preço. Não se atinge qualidade de produção, sem bons processos administrativos que direcionem o fazer de cada cargo e remunere sua responsabilidade. Recursos Humanos valorizados são investimentos em patrimônio ativo empresarial.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Biografia de Henri Wallon

Filósofo, Médico e Psicólogo do Desenvolvimento.

Henri Wallon nasceu em 15 de junho de 1879, em Paris. Viveu toda sua vida em Paris.
Em 1902, aos 23 anos formou-se em filosofia pela Escola Normal Superior. Durante o ano seguinte deu aulas da matéria no curso secundário.
Como professor discordava dos métodos autoritários, empregados para controle disciplinar, bem como do patrulhamento clerical sobre o ensino, o qual levava segundo suas palavras, ao obscuratismo e à desconfiança.
Na época que Wallon fez seus estudos, não existia, na estrutura da universidade curso específico de Psicologia.
Impulsionado pela tradição médico – filosófica da psicologia francesa, mas também pelo interesse em conhecer a organização biológica do homem, resolveu cursar medicina, formando-se em 1908. Seu primeiro trabalho, Délire de persécution. Le délire chronique à base d'interprétation (“Delírio de perseguição. O delírio crônico na base da interpretação”), foi publicado em 1909. Em 1914 serviu durante meses como médico no Exército francês, na frente de combate. O contato com as lesões cerebrais sofridas por ex-combatentes fez com que revisse postulados neurológicos que havia desenvolvido no atendimento a crianças com deficiência.
Até 1931, atuou como médico em Instituições Psiquiátricas, onde dedicou-se ao atendimento de crianças com deficiência neurológicas e distúrbios comportamentais. Paralelamente à atuação como médico, se interessou pela Psiquiatria, consolidando seu interesse pela Psicologia da Criança.
Os conhecimentos no campo da Neurologia e Psicopatologia, adquiridos durante a experiência clínica terão importante papel na constituição de sua Teoria Psicológica.
De 1920 à 1937, passa a ser encarregado das conferências sobre Psicologia da Infantil na Universidade Sorbonne. Em 1925, funda o que mais tarde viria a ser, o laboratório de Psicobiologia da Criança.
De 1937 à 1949, com interrupção no período de 1941- 44, lecionou no Colégio da França, instituição considerada o berço da Psicologia Francesa, ocupando a Cadeira de Psicologia e Educação da Criança. Em 1945 publica seu último livro, Les origines de la pensée chez l'enfant (“As origens do pensamento na criança”).
Henri Wallon viveu num período marcado por muita instabilidade social e turbulência política. Acontecimento como as duas guerras mundiais (1914 -18 e 1939 - 45), o avanço do fascismo no período entre guerras, as revoluções socialistas e as guerras pela libertação das colônias na África, atingiram boa parte da Europa e, especialmente à França.
No final dos anos 30, Wallon envolveu-se em movimentos contra o Fascismo tendo participado das manifestações de protestos contra a Ditadura de Franco, na Espanha.
Durante a ocupação Nazista na França, Wallon atuou intensamente na Resistência Francesa. Perseguido pela Gestapo, a polícia política dos nazistas, teve que viver na clandestinidade, veio ao Brasil em 1935. Durante esse período de resistência, envolveu-se em discussões acerca da reforma do sistema de ensino francês.
Wallon foi um destacado ativista marxista. Em 1931, filiou-se ao Partido Socialita Section Française de l'Internationale Ouvrière (Seção Francesa da Internacional dos Trabalhadores, SFIO). Em 1942 filia-se ao Partido Comunista Francês.

Em 1944, Wallon foi chamado para integrar uma comissão nomeada pelo Ministério da Educação Nacional, encarregada da reformulação do sistema de ensino francês. De 1945 à 1946 atua como presidente da comissão de reforma educacional, propondo o famoso Plano Langevin-Wallon.
Escreveu diversos artigos sobre temas ligados à Educação, como: Orientação Profissional, Formação do Professor, Interação entre Alunos, Adaptação Escolar, entre outros.
Participou ativamente do debate educacional de sua época, quando os críticos ao ensino tradicional reuniam-se no Movimento Escola Nova.
Em 1948, cria a revista Enfance, publicação que deveria ser ao mesmo tempo instrumento para os pesquisadores em Psicologia, e fonte de informações para os educadores.
Presidiu a Sociedade Francesa de Pedagogia, de 1937 à 1962.Essa entidade, reunia educadores, com o objetivo de trocar experiências e reflexões. Assim, pôde entrar em contato com o meio dos professrores e com os problemas concretos do ensino primário.
Faleceu em 1º de dezembro de 1962.
Bibliografia Pessoal de Wallon
Escreveu os seguintes livros:
Délire de persécution. Le délire chronique à base d'interprétation., Baillière, Paris, 1909
La conscience et la vie subconsciente em G. Dumas, Nouveau traité de psychologie, PUF, Paris (1920-1921)
L'enfant turbulent, Alcan, Paris, 1925, reed. PUF, Paris 1984
Les origines du caractère chez l'enfant. Les préludes du sentiment de pesonnalité, Boisvin, Paris, 1934, reed.PUF, Paris, 1973
La vie mentale, Éditions sociales, Paris, 1938, reed. 1982
L'évolution psychologique de l'enfant, A. Colin, Paris, 1941, reed. 1974
De l'acte à la pensée, Flammarion, Paris, 1942
Les origines de la pensée chez l'enfant, PUF, Paris, 1945, reed. 1963
Obras traduzidas para português:
Evolução psicológica da criança, Andes, Rio de Janeiro, s.d.
Psicologia e educação da infância, Estampa, Lisboa, 1975 (coletânea).
Objetivos e métodos da psicologia, Estampa, Lisboa, 1975.
Origens do pensamento na criança, Manole, São Paulo, 1989.
Observamos ainda uma relativa distância da totalidade Teórica de Wallon, mas como o Brasil só publicou em 1997 o Ser e o Nada de Jean Paul Sartre, Ed. Vozes, obra publicada em 1945 na França. Tenho esperança de que novas obras do referido “Filopsicomédico” Wallon, possam nos ajudar a educar uma nação que tanto necessita compreender o papel da educação infantil, objetivando formar adultos capazes de praticar uma leitura mais ampla do homem e a psicogênese.
Também é importante ressaltar os livros da professora Izabel Galvão, sem ela estariamos mais órfão ainda dessa magnífica forma de compreender a infância, a partir da Teoria de Wallon.

Este artigo se destina a Pedagogos e Profissionais de Educação em Geral

Vem aí, próximos artigos sobre a Biografia de Jean Piaget, Lev Vygotsky e Célestin Freinet.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Resultado da Educação Superior Paraense no ENADE.

O resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - Enade, divulgado no último dia 14 de Janeiro de 2011, mostra a ineficiência em Educar, visto que o Estado do Pará ainda não se dispõe a educar para libertar seu povo da ignorância.
A avaliação do Enade classifica as instituições de educação superior em três categorias:
Notas de 1 até 3 são consideradas insatisfatórias, sendo que 3 à 4 razoáveis e de 4 à 5 excelentes.
No patamar de 1 à 3 estão todas as Faculdades e Universidades do Pará, leia o quadro abaixo, onde estão as notas alcançadas pelas instituições educacionais de nível superior no Estado do Pará.
Observe que as notas não serão Superiores ao número 3, lembre-se, nível insatisfatório.

VAMOS VER NOSSA TRAGÉDIA EDUCACIONAL:
FACI – 2.8604, sendo a “melhor” classificada;CESUPA – 2.5946, UFPA – 2.3099, Faculdade Integradas Ipiranga – 2.2335, Centro Universitário Luterano de Santarém – 2.2244, Faculdade do Tapajos – 2.2066, FIBRA - 2.1644, UNAMA – 2.1285, IESAM – 2.0325, UFRA – 2.0129, FABEL – 2.0412, Faculdade de Castanhal – 2.0207. UEPA – 2.0057, Faculdade de Tecnologia da Amazônia – 1.9582, Instituto Esperança de Ensino Superior – 1.9563, IFPA – 1.8760, ESMAC – 1.7470, Faculdades Integradas do Tapajós – 1.7320, ESAMAZ – 1.6133, Faculdade de Itaituba – 1.6001, FEAPA – 1.5041, FAAM – 1.4993, FAPAN – 1.4840, Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida – 1.0282, Faculdade Pan Americana – 0,8255.
Fonte: Jornal “ O Liberal”, 14/01/11.


A metodologia desse exame consiste em aplicar avaliações para alunos que estão ingressando no ensino superior, e aos que estão concluindo, objetivando avaliar o nível qualificativo dos cursos. A escolha dos alunos é aleatória, sendo o aluno indicado a fazer a prova em dia e hora previamente marcados pelo MEC em Rede Nacional.
Observamos que das 26 instituições que realizaram a avaliação, nenhuma conseguiu passar de 2 pontos, e que menos da metade não alcançou 2.Esse resultado reflete à necessidade de um maior investimento na infra-estrutura da Educação de Ensino Fundamental e Médio nas Escolas Paraenses, e na melhoria do nível salarial dos professores da rede publica e privada, visto que esse profissional tem que garantir sua renda familiar com acumulo de funções extra escolar, buscando com isso melhorar sua qualidade de vida e inserção social.
A quantidade de Escolas Superiores no Estado do Pará não foi capaz de revelar uma melhoria no nível cultural do povo. Assim essa estratégia de multiplicar escolas sem se preocupar com a qualidade de ensino e infra-estrutura escolar, tem colocado o ensino paraense junto ao cenário nacional, em precárias condições de competitividade.
Também é bom lembrar que as escolas públicas do Estado, como um todo, estão em precárias condições de infra-estrutura, pois não são os laboratórios de informáticas, priorizado pelos políticos locais, que mudam a educação, são ferramentas importantes, mas a essência da educação está no vínculo docente – discente e esse apresenta-se em déficit em sua ação pedagógica.
O político paraense precisa deixar de usar a educação como fonte de empreguismo partidário e de manipulação de massa, e aceitar a tese de que a Educação é Libertação, visto ser um instrumento social de proliferação do conhecimento, e assim possibilitar produzir uma reflexão profunda sobre a sociedade, sendo capaz de mudar o horizonte de uma nação.
Caso isso ocorra, no mínimo, acompanharemos o desenvolvimento intelectual dos outros Estados Brasileiros.

Universitários Paraenses, estudem mais, cobrem mais de seus professores aulas expositivas dialogadas, e assim ajudem a mudar essa triste realidade.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Psicologia: Uma ciência Psicossocial.


A Psicologia é uma das concepções científicas atuais que vem ganhando espaço acadêmico, revelando que o psicólogo é um profissional indispensável à sociedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o “estado de bem-estar físico, mental e social”. Partindo dessa concepção, ao falarmos de saúde, estamos analisando um conjunto de condições criadas coletivamente, que permitem a continuidade da própria sociedade no que se refere qualidade de vida. Estamos analisando então, condições como: alimentação, habitação, educação, lazer, etc. Nesta perspectiva, o psicólogo como profissional de saúde, deve empregar os seus conhecimentos na promoção de condições satisfatórias de vida, na sociedade em que vive e trabalha, isto é, em que está comprometido como cidadão e profissional. Seu trabalho está relacionado às condições gerais da vida de uma sociedade, embora trabalhe enfocando a objetividade e subjetividade dos indivíduos e suas manifestações comportamentais de modo indissociável.
Assim, a Psicologia quando trabalha com o sofrimento psíquico oferece técnicas psicoterápicas, de natureza verbal e/ou corporal, que devem objetivar a cura de tal sofrimento, podendo associar o uso de medicamento, sendo essa atribuição exclusiva da medicina, visto que ao psicólogo é vetado prescrever medicamentos de qualquer natureza. Assim, a prática do psicólogo como profissional de saúde irá caracterizar-se pela aplicação dos seus conhecimentos no sentido de uma intervenção específica junto aos indivíduos, grupos ou instituições, com o objetivo de promover o auto-conhecimento, desenvolvimento interpessoal, grupal e institucional, numa postura contínua e interdisciplinar de promoção da saúde holística.
Porém é necessário esclarecer que o objeto de estudo da Psicologia é o Homem, constituído primariamente da diversidade sócio, político, cultural e das demais ciências interdisciplinares. Logo, essa diversidade que constitui o homem, implica em o homem diante de si, pois o objeto de estudo sendo o Homem, isso reflete na natureza do próprio pesquisador. O Pesquisador é o Homem. Neste sentido, para que o pesquisador não se confunda com o “semelhante” de sua pesquisa, correndo o risco de “contaminar” o objeto por ele estudado, muitas escolas de Psicologia defendem que diante da necessidade de formação teórica, cinco anos na maioria das universidades brasileiras, que o estudante de psicologia busque conhecer-se, para isso se propõe que faça psicoterapia, visando ampliar seu conhecimento pessoal e assim melhor definir sua personalidade, objetivando abraçar uma referência teórica que mais se ajuste a seus valores pessoais.
Isso ocorre porque há diferentes concepções de homem entre os cientistas, oriundos de estudos filosóficos, teológicos e até mesmo doutrinas políticas, que acabam definindo o homem à sua maneira, sendo que o cientista necessariamente se vincula a uma delas, visto que sua formação é fruto de reflexões teóricas diversas proporcionadas pelo ambiente cultural, o qual foi criado.
Posso afirmar então, que a psicologia enquanto ciência estuda esses “diversos homens” concebidos pelos valores teóricos em que se encontram como pessoa, com seu aspecto profissional sendo norteado por sua teorização de vida, refletindo em sua formação acadêmica e discurso profissional.
Outros aspectos importantes para se entender o homem, e que diferencia a psicologia das demais ciências que o estudam, como a Economia, a Política, a História, etc, é sua forma de enfocar o estudo da subjetividade, visando à compreensão total da vida humana, apesar desse conceito não ser aceito em todas as escolas de Psicologia. Porém, como eu aceito, e faz parte de minha formação, vamos falar um pouco desse conceito.
A matéria-prima da Psicologia é o homem em todas as suas expressões, as visíveis (comportamento manifesto), as invisíveis (sentimentos), singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos assim). O homem habita seu corpo, constrói seu pensamento, expressa seu afeto, manifesta seu comportamento através da ação, e tudo isso se pode sintetizar no termo subjetividade.
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo, não sendo inata, e sim resultado da experiência de vida social e cultural. A subjetividade é o que torna um sujeito singular, pois como diz Djavan: “só eu sei, as esquinas que passei, só eu sei”.
Esse mundo social e cultural, me leva ao encontro do alicerce de meu mundo interior, revelado a partir de minha própria maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer. Como por exemplo: “Eu, Mauri, sou filho de uma professora primária, com seis irmãos, mãe essa que me fez ver o mundo a partir da simplicidade produzida pela educação acadêmica, com a ternura de amar minha família, mesmo diante do falecimento de meu pai durante minha primeira infância”.
Que experiência subjetiva você gostaria de escrever no seu comentário?
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Acredito que você acabou de enriquecer este texto, com sua subjetividade colocada diante de sua expressiva e lúcida condição emocional memorizada.
Obrigado. Respire, vamos voltar ao academicismo.
Assim, a psicologia observa que a saúde mental do indivíduo está diretamente ligada às condições sentimentais e materiais da vida, sendo a miséria amiga da ignorância, conduzindo a fome no sentido material e intelectual, produzindo falta de habitação adequada, desemprego ou subemprego, analfabetismo cultural ou perceptivo, altas taxas de mortalidade infantil, prostituição juvenil, fenômenos sociais de agressão, jovens de ruas, etc. Essas precárias condições psicológicas para a formação humana, colaboram para limitar a possibilidade de o indivíduo existir em sua amplitude social.
O homem é o ser que ao nascer inicia sua possibilidade de vida futura, em busca de sua sobrevivência, direcionado por uma sociedade que impõe modelos capazes de equacioná-lo, ou seja, Conhecimento + Produção = Homem.
Então questionamos: como construir um mundo psiquicamente saudável, sem ofertar a adequada disponibilidade à formação do homem?
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Na medida em que às presentes condições sociais são frágeis a partir da estruturação familiar corrompida pela ausência de valores, e as instituições públicas que continuam distantes de atender às necessidades para as quais foram criadas. Pensem nos presídios..., nas escolas..., nos hospitais..., nas polícias..., na qualidade da água..., na ausência literária e poética atual..., lembre-se: Calipso é sucesso na juventude e tantas outras coisas terríveis que vendem bastante, sendo drogas disfarçadas de arte, sem nenhum compromisso com a qualidade. Pode escrever o que você está pensando sobre aspectos do dia a dia que fazem mal a mente humana. Aproveite e livre-se das drogas... ________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Obrigado, catarse faz bem! Vamos voltar à leitura.
A verdade é que a sociedade necessita repensar os caminhos do desenvolvimento humano, ampliar o alicerce da qualidade de vida, possibilitando maior oportunidade as pessoas, objetivando estreitar o abismo em que, de um lado está à riqueza, com poucos beneficiados, e do outro, a enorme pobreza, e no centro disso tudo, os sobreviventes, que se intitulam classe média, sem força de avançar, trabalhando cinco meses para pagar altas taxas de juros, com salários que no presente quadro econômico só possibilitam financiamentos, pois não existe liquidez para comprar nada à vista. Esse quadro social de endividamento é um quadro que possibilita a perda da saúde mental, sendo propício para o avanço das doenças mentais, como dependência de drogas químicas, depressão, suicídio, etc.
O Psicólogo trabalha para que as pessoas desenvolvam uma compreensão cada vez maior de sua inserção nas relações sociais e de sua constituição histórica. Quanto mais clareza se tiver sobre isso, maiores serão as possibilidades de o indivíduo lidar com a situação cotidiana que o envolve, decidindo o que fazer, projetando intervenções para alterar a realidade, buscando atividades de Psico-higiene, visando compreender as relações de seu tempo.
Esse processo dinâmico em que a sociedade se direciona, a partir das ações ou omissões do homem, o coloca como sujeito histórico, responsabilizando-o por ser, e estar diante de si, não cabendo ao mesmo a isenção de seu papel atuante.
A diferença entre o homem e o animal, está no fato do homem ser um animal cultural, que pensa e fala, no sentindo mais amplo, muito além de seus instintos, o qual limita os outros animais. Assim a linguagem permite a expressão do pensamento, revelando o conhecimento e à universalidade do discurso do homem, facilitando e colaborando para a construção do conhecimento científico, sem fronteiras geográficas ou ideológicas.
O homem é o fascínio do homem, o enigma da vida. Quem sou Eu? Quem é Você? Quem somos nós? O que temos a fazer?
Estas são eternas e dinâmicas questões em nossa infinita capacidade de interpretar o mundo, em que devemos estar conscientes de nosso tempo, objetivando produzir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.
Mauri Gaspar
Psicólogo e Professor

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Importância do Relacionamento Estratégico

O relacionamento empresarial estratégico é o princípio que norteia e orienta os funcionários de uma empresa, podendo estabelecer condições que formalizem as relações humanas, servindo de base filosófica para a criação do código de ética da empresa, bem como, de viés para formalizar as normas de atuações junto ao mercado de prestadores de serviço, consumidores e sociedade em geral, revelando um conjunto de procedimento capaz de expressar sua personalidade comercial.
Assim, a importância do relacionamento estratégico ajuda definir a forma de gestão em várias áreas da organização, pois tudo que uma empresa faz passa pela força de sua comunicação, seja verbal ou escrita, visto esse procedimento ser capaz de elucidar o que a empresa deseja que aconteça em várias áreas, desde o contato com o fornecedor, funcionários e clientes externos, sendo este último, o público alvo de todas as empresas.
Outra forma de relacionamento estratégico é o marketing, onde a empresa lança suas idéias ou produtos, através de estudos de mercado, elaborando o perfil do consumidor, sendo esse vitalizador para o sucesso de sua campanha publicitária.
Para que o marketing tenha efeito desejado, a empresa precisa recorrer à técnicas de pesquisa de mercado, escolhendo uma metodologia capaz de ser aplicada em seu segmento, não devendo copiar ações de outras organizações que possuam mercado diferente do seu, visto o perfil do consumidor ser o principal sensor que vai orientar o trabalho metodológico de pesquisa.
Ao elaborar o projeto de campanha publicitária, esse deve constar de todas as prerrogativas científicas de um projeto, capaz de revelar a empresa o nível de investimento financeiro, contemplando informações de ordens éticas e de tempo do investimento, bem como os tipos de veículos de comunicações que devem ser utilizados.
Logo o relacionamento empresarial estratégico é essencial para uma organização vencedora, por isso vou citar outros aspectos que podem ser estudados.Entre eles:
 Definição da Estratégia de Atendimento ao Consumidor (pessoal e tecnológica);
 Ambiente de Trabalho Saudável (as pessoas produzem mais, onde são felizes);
 Análise do Mercado Consumidor (leva a empresa ter cuidado para não perder seu consumidor para seus concorrentes);
 Desenvolver o Capital Intelectual da Empresa (é uma estratégia de médio a longo prazo, visando ampliar e aperfeiçoar a força de seus recursos humanos);
 Eficiência em Recrutamento e Seleção (ajuda a empresa a atrair os melhores candidatos do mercado, mostrando a força de seu relacionamento);
 Dinâmica de Poder na Empresa (sendo um aspecto importante para ser analisado);
 Conflitos Interpessoais (inevitáveis, porém necessitam de maturidade gerencial);
 Relações Trabalhistas (devem ser transparentes, visando o crescimento do grupo);
 Questão do Assédio Moral (deve ser evitado a todo momento).
Ao focalizar um relacionamento estratégico, observando sua complexidade e variações metodológicas, a empresa avança de forma planejada e transparente, impedindo que ocorram erros primários na condução de sua administração.
Esses aspectos que citei fazem parte de meu dvd sobre Relacionamento Interpessoal na Empresa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Neurociência, Psicologia e o Pré-Natal.

Os avanços tecnológicos e científicos estão beneficiando a leitura do desenvolvimento humano de forma mais precisa, facilitando e desmistificando o processo de evolução do homem no contexto biológico, apresentando condições afirmativas que surpreendem a comunidade acadêmica, com a precissão que qualifica a Neurociência, como sendo capaz de alimentar teses do processo vivido pelo ser humano na vida pré-natal.

A importância do encontro da Neurociência com a Psicologia e a Obstetrícia Médica, tem conseguido eliminar muitos mitos que norteavam o conhecimento até a metade do século XX, quanto da evolução gestacional e do relacionamento criança, mãe, familia e sociedade.

O advento de modernas técnicas de diagnóstico do pré-natal, possibilitou um estudo sistemático e mais preciso do comportamento ocorrido durante esse período, tais como a percepção dos movimentos fetais e sua idade gestacional.

Assim surgiram estudos de como a maturidade cerebral se processa enquanto evolução, e suas consequencias no desenvolvimento da vida como um todo, mudando para sempre a representação social do embrião e do feto, culminando com o nascimento e pós-nascimento, colocando de forma transparente o significando da importância do acolhimento familiar e social como um todo, visando o bem estar das funções neurológicas e mentais da criança ao nascer.

Hoje se avalia o quanto a música interfere na maturidade neuropsicológica do feto, bem como os aconselhamentos terapeuticos se dirigem ao ambiente externo, vivido pela mãe, proximidade ou não do pai, tios e demais situações sociais, como inclusive, o aumento da poluíção sonora no ambiente gestacional e sua consequencia na formação do sistema nervoso central.

Percebeu-se que o feto não é passivo ao meio que o circunda, mas extremamente relacionado com as condições sociais que o cercam.

Assim, o desenvolvimento do sistema nervoso central, revela como se dá à interação entre o meio externo e o meio intra-uterino, e os dados disponíveis indicam que os padrões de comportamento e as habilidades exibidas pelos recém-nascidos não surgem repentinamente, pois são resultados de um longo e complexo processo que somento agora os cientistas tem acesso e capacidade de afirmar, sem deixar dúvida de sua importancia para o bem estar mental da criança em formação.

O neurologista austríaco Heinz Prechte, em estudos divugados 1984, revela essa perplexidade ao afirmar que existe “impressionante continuidade de funções neurais da vida pré-natal à pós-natal”.

Visando dar sustentabilidade a tal afirmativa, pesquisas atuais apontam que a partir da 24ª semana o feto esta atento e responde de forma particular a estimulos sonoros. Por exemplo, sons fortes, provocam respostas nos olhos, movimentos de sobressalto, aceleração do ritmo cardíaco, já os sons de menores proporções, diminuem o rítmos cardiácos.

Acredita-se que entre 36 e 39 semanas a criança no ventre, seja capaz de discernir a voz feminina da masculina, levando à conclusão de que a mesma ao nascer já está apta à reconhecer a voz materna.

Esses conhecimentos e muitos outros, ainda na fase embrionária, são oriundo da Neurociência, uma área em franca expansão do conhecimento médico científico atual, que muito ira contribuir, sem dúvida nenhuma, para o aperfeiçoamento das demais ciências como a Psicolologia, a Psiquiatria, hoje já estudada com a interdisciplinaridade da Neuropsiquiatria, e tantos outras áreas da medicina serão beneficiadas com os avanços desses estudos, visto ser o cerébro a residencia da vida, sua condição evolitiva, passa a ser agora um grande campo de investigação científica, onde o maior beneficiado, será o homem em busca de seu bem estar mental, contemplando com isso melhores condições de vida as gerações futuras.


Mauri Gaspar.

Psicólogo e Professor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Por que a Guerra? Indagações entre Einstein e Freud (cartas)

Carta de Einstein 
Caputh junto a Potsdam, 30 de julho de 1932.
             
Prezado Professor Freud,

 A proposta da Liga das Nações e de seu Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual, em Paris, de que eu convidasse uma pessoa, de minha própria escolha, para um franco intercâmbio de pontos de vista sobre algum problema que eu poderia selecionar, oferece-me excelente oportunidade de conferenciar com o senhor a respeito de uma questão que, da maneira como as coisas estão, parece ser o mais urgente de todos os problemas que a civilização tem de enfrentar. Este é o problema: Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça de guerra? É do conhecimento geral que, com o progresso da ciência de nossos dias, esse tema adquiriu significação de assunto de vida ou morte para a civilização, tal como a conhecemos; não obstante, apesar de todo o empenho demonstrado, todas as tentativas de solucioná-lo terminaram em lamentável fracasso.
 
Ademais, acredito que aqueles cuja atribuição é atacar o problema de forma profissional e prática, estão apenas adquirindo crescente consciência de sua impotência para abordá-lo, e agora possuem um vivo desejo de conhecer os pontos de vistas de homens que, absorvidos na busca da ciência, podem mirar os problemas do mundo na perspectiva que a distância permite. Quanto a mim, o objetivo habitual de meu pensamento não me permite uma compreensão interna das obscuras regiões da vontade e do sentimento humano. Assim, na indagação ora proposta, posso fazer pouco mais do que procurar esclarecer a questão em referência e, preparando o terreno das soluções mais óbvias, possibilitar que o senhor proporcione a elucidação do problema mediante o auxílio do seu profundo conhecimento da vida instintiva do homem. Existem determinados obstáculos psicológicos cuja existência um leigo em ciências mentais pode obscuramente entrever, cujas inter-relações e filigranas ele, contudo, é incompetente para compreender; estou convencido de que o senhor será capaz de sugerir métodos educacionais situados mais ou menos fora dos objetivos da política, os quais eliminarão esses obstáculos. 

Como pessoa isenta de preconceitos nacionalistas, pessoalmente vejo uma forma simples de abordar o aspecto superficial (isto é, administrativo) do problema: a instituição, por meio de acordo internacional, de um organismo legislativo e judiciário para arbitrar todo conflito que surja entre nações. Cada nação submeter-se-ia à obediência às ordens emanadas desse organismo legislativo, a recorrer às suas decisões em todos os litígios, a aceitar irrestritamente suas decisões e a pôr em prática todas as medidas que o tribunal considerasse necessárias para a execução de seus decretos. Já de início, todavia, defronto-me com uma dificuldade; um tribunal é uma instituição humana que, em relação ao poder de que dispõe, é inadequada para fazer cumprir seus veredictos, está muito sujeito a ver suas decisões anuladas por pressões extrajudiciais. Este é um fato com que temos de contar; a lei e o poder inevitavelmente andam de mãos dadas, e as decisões jurídicas se aproximam mais da justiça ideal exigida pela comunidade (em cujo nome e em cujos interesses esses veredictos são pronunciados), na medida em que a comunidade tem efetivamente o poder de impor o respeito ao seu ideal jurídico. Atualmente, porém, estamos longe de possuir qualquer organização supranacional competente para emitir julgamentos de autoridade incontestável e garantir absoluto acatamento à execução de seus veredictos. Assim, sou levado ao meu primeiro princípio; a busca da segurança internacional envolve a renúncia incondicional, por todas as nações, em determinada medida, à sua liberdade de ação, ou seja, à sua soberania, e é absolutamente evidente que nenhum outro caminho pode conduzir a essa segurança.                  

O insucesso, malgrado sua evidente sinceridade, de todos os esforços, durante a última década, no sentido de alcançar essa meta, não deixa lugar à dúvida de que estão em jogo fatores psicológicos de peso que paralisam tais esforços. Alguns desses fatores são mais fáceis de detectar. O intenso desejo de poder, que caracteriza a classe governante em cada nação, é hostil a qualquer limitação de sua soberania nacional. Essa fome de poder político está acostumada a medrar nas atividades, de um outro grupo, cujas aspirações são de caráter econômico, puramente mercenário. Refiro-me especialmente a esse grupo reduzido, porém decidido, existente em cada nação, composto de indivíduos que, indiferentes às condições e aos controles sociais, consideram a guerra, a fabricação e venda de armas simplesmente como uma oportunidade de expandir seus interesses pessoais e ampliar a sua autoridade pessoal.
 
O reconhecimento desse fato, no entanto, é simplesmente o primeiro passo para uma avaliação da situação atual. Logo surge uma outra questão: como é possível a essa pequena súcia dobrar a vontade da maioria, que se resigna a perder e a sofrer com uma situação de guerra, a serviço da ambição de poucos? (Ao falar em maioria, não excluo os soldados, de todas as graduações, que escolheram a guerra como profissão, na crença de que estejam servindo à defesa dos mais altos interesses de sua raça e de que o ataque seja, muitas vezes, o melhor meio de defesa.) Parece que uma resposta óbvia a essa pergunta seria que a minoria, a classe dominante atual, possui as escolas, a imprensa e, geralmente, também a Igreja, sob seu poderio. Isto possibilita organizar e dominar as emoções das massas e torná-las instrumento da mesma minoria. 

 Ainda assim, nem sequer essa resposta proporciona uma solução completa. Daí surge uma nova questão: como esses mecanismos conseguem tão bem despertar nos homens um entusiasmo extremado, a ponto de estes sacrificarem suas vidas? Pode haver apenas uma resposta. É porque o homem encerra dentro de si um desejo de ódio e destruição. Em tempos normais, essa paixão existe em estado latente, emerge apenas em circunstâncias anormais; é, contudo, relativamente fácil despertá-la e elevá-la à potência de psicose coletiva. Talvez aí esteja o ponto crucial de todo o complexo de fatores que estamos considerando, um enigma que só um especialista na ciência dos instintos humanos pode resolver. 
                
Com isso, chegamos à nossa última questão. É possível controlar a evolução da mente do homem, de modo a torná-lo à prova das psicoses do ódio e da destrutividade? 

Aqui não me estou referindo tão-somente às chamadas massas incultas. A experiência prova que é, antes, a chamada 'Intelligentzia' a mais inclinada a ceder a essas desastrosas sugestões coletivas, de vez que o intelectual não tem contato direto com o lado rude da vida, mas a encontra em sua forma sintética mais fácil — na página impressa. 
                
Para concluir: Até aqui somente falei das guerras entre nações, aquelas que se conhecem como conflitos internacionais. Estou, porém, bem consciente de que o instinto agressivo opera sob outras formas e em outras circunstâncias. (Penso nas guerras civis, por exemplo, devidas à intolerância religiosa, em tempos precedentes, hoje em dia, contudo, devidas a fatores sociais; ademais, também nas perseguições a minorias raciais.) Foi deliberada a minha insistência naquilo que é a mais típica, mais cruel e extravagante forma de conflito entre homem e homem, pois aqui temos a melhor ocasião de descobrir maneiras e meios de tornar impossíveis qualquer conflito armado. 
                 
Sei que nos escritos do senhor podemos encontrar respostas, explícitas ou implícitas, a todos os aspectos desse problema urgente e absorvente. Mas seria da maior utilidade para nós todos que o senhor apresentasse o problema da paz mundial sob o enfoque das suas mais recentes descobertas, pois uma tal apresentação bem poderia demarcar o caminho para novos e frutíferos métodos de ação. 

Muito cordialmente, 

A. Einstein.

Carta de Freud 
Viena, setembro de 1932. 

Prezado Professor Einstein,
                 
Quando soube que o senhor intencionava convidar-me para um intercâmbio de pontos de vista sobre um assunto que lhe interessava e que parecia merecer o interesse de outros além do senhor, aceitei prontamente. Esperava que o senhor escolhesse um problema situado nas fronteiras daquilo que é atualmente cognoscível, um problema em relação ao qual cada um de nós, físico e psicólogo, pudesse ter o seu ângulo de abordagem especial, e no qual pudéssemos nos encontrar, sobre o mesmo terreno, embora partindo de direções diferentes. 

O senhor apanhou-me de surpresa, no entanto, ao perguntar o que pode ser feito para proteger a humanidade da maldição da guerra. Inicialmente me assustei com o pensamento de minha — quase escrevi 'nossa' — incapacidade de lidar com o que parecia ser um problema prático, um assunto para estadistas. Depois, no entanto, percebi que o senhor havia proposto a questão, não na condição de cientista da natureza e físico, mas como filantropo: o senhor estava seguindo a sugestão da Liga das Nações, assim como Fridtjof Nansen, o explorador polar, assumiu a tarefa de auxiliar as vítimas famintas e sem teto da guerra mundial. Além do mais, considerei que não me pediam para propor medidas práticas, mas sim apenas que eu delimitasse o problema do evitamento da guerra tal como ele se configura aos olhos de um cientista da psicologia. Também nesse ponto, o senhor disse quase tudo o que há a dizer sobre o assunto. Embora o senhor se tenha antecipado a mim, ficarei satisfeito em seguir no seu rasto e me contentarei com confirmar tudo o que o senhor disse, ampliando-o com o melhor do meu conhecimento — ou das minhas conjecturas. 

O senhor começou com a relação entre o direito e o poder. Não se pode duvidar de que seja este o ponto de partida correto de nossa investigação. Mas, permita-me substituir a palavra 'poder' pela palavra mais nua e crua violência'? Atualmente, direito e violência se nos afiguram como antíteses. No entanto, é fácil mostrar que uma se desenvolveu da outra e, se nos reportarmos às origens primeiras e examinarmos como essas coisas se passaram, resolve-se o problema facilmente. Perdoe-me se, nessas considerações que se seguem, eu trilhar chão familiar e comumente aceito, como se isto fosse novidade; o fio de minhas argumentações o exige. 

É, pois, um princípio geral que os conflitos de interesses entre os homens são resolvidos pelo uso da violência. É isto o que se passa em todo o reino animal, do qual o homem não tem motivo por que se excluir. No caso do homem, sem dúvida ocorrem também conflitos de opinião que podem chegar a atingir a mais raras nuanças da abstração e que parecem exigir alguma outra técnica para sua solução. Esta é, contudo, uma complicação a mais. No início, numa pequena horda humana, era a superioridade da força muscular que decidia quem tinha a posse das coisas ou quem fazia prevalecer sua vontade. A força muscular logo foi suplementada e substituída pelo uso de instrumentos: o vencedor era aquele que tinha as melhores armas ou aquele que tinha a maior habilidade no seu manejo. A partir do momento em que as armas foram introduzidas, a superioridade intelectual já começou a substituir a força muscular bruta; mas o objetivo final da luta permanecia o mesmo — uma ou outra facção tinha de ser compelida a abandonar suas pretensões ou suas objeções, por causa do dano que lhe havia sido infligido e pelo desmantelamento de sua força. 

Conseguia-se esse objetivo de modo mais completo se a violência do vencedor eliminasse para sempre o adversário, ou seja, se o matasse. Isto tinha duas vantagens: o vencido não podia restabelecer sua oposição, e o seu destino dissuadiria outros de seguirem seu exemplo. Ademais disso, matar um inimigo satisfazia uma inclinação instintual, que mencionarei posteriormente. À intenção de matar opor-se-ia a reflexão de que o inimigo podia ser utilizado na realização de serviços úteis, se fosse deixado vivo e num estado de intimidação. Nesse caso, a violência do vencedor contentava-se com subjugar, em vez de matar, o vencido. Foi este o início da idéia de poupar a vida de um inimigo, mas a partir daí o vencedor teve de contar com a oculta sede de vingança do adversário vencido e sacrificou uma parte de sua própria segurança. 

Esta foi, por conseguinte, a situação inicial dos fatos: a dominação por parte de qualquer um que tivesse poder maior — a dominação pela violência bruta ou pela violência apoiada no intelecto. Como sabemos, esse regime foi modificado no transcurso da evolução. Havia um caminho que se estendia da violência ao direito ou à lei. Que caminho era este? Penso ter sido apenas um: o caminho que levava ao reconhecimento do fato de que à força superior de um único indivíduo, podia-se contrapor a união de diversos indivíduos fracos. 

'L'union fait la force.' A violência podia ser derrotada pela união, e o poder daqueles que se uniam representava, agora, a lei, em contraposição à violência do indivíduo só. Vemos, assim, que a lei é a força de uma comunidade. Ainda é violência, pronta a se voltar contra qualquer indivíduo que se lhe oponha; funciona pelos mesmos métodos e persegue os mesmos objetivos. A única diferença real reside no fato de que aquilo que prevalece não é mais a violência de um indivíduo, mas a violência da comunidade. A fim de que a transição da violência a esse novo direito ou justiça pudesse ser efetuada, contudo, uma condição psicológica teve de ser preenchida. A união da maioria devia ser estável e duradoura. Se apenas fosse posta em prática com o propósito de combater um indivíduo isolado e dominante, e fosse dissolvida depois da derrota deste, nada se teria realizado. A pessoa, a seguir, que se julgasse superior em força, haveria de mais uma vez tentar estabelecer o domínio através da violência, e o jogo se repetiria ad infinitum. A comunidade deve manter-se permanentemente, deve organizar-se, deve estabelecer regulamentos para antecipar-se ao risco de rebelião e deve instituir autoridades para fazer com que esses regulamentos — as leis — sejam respeitadas, e para superintender a execução dos atos legais de violência. O reconhecimento de uma entidade de interesses como estes, levou ao surgimento de vínculos emocionais entre os membros de um grupo de pessoas unidas — sentimentos comuns, que são a verdadeira fonte de sua força. 

Acredito que, com isso, já tenhamos todos os elementos essenciais: a violência suplantada pela transferência do poder a uma unidade maior, que se mantém unida por laços emocionais entre os seus membros. O que resta dizer não é senão uma ampliação e uma repetição desse fato. 

A situação é simples enquanto a comunidade consiste em apenas poucos indivíduos igualmente fortes. As leis de uma tal associação irão determinar o grau em que, se a segurança da vida comunal deve ser garantida, cada indivíduo deve abrir mão de sua liberdade pessoal de utilizar a sua força para fins violentos. Um estado de equilíbrio dessa espécie, porém, só é concebível teoricamente. Na realidade, a situação complica-se pelo fato de que, desde os seus primórdios, a comunidade abrange elementos de força desigual — homens e mulheres, pais e filhos — e logo, como consequência da guerra e da conquista, também passa a incluir vencedores e vencidos, que se transformam em senhores e escravos. 
A justiça da comunidade então passa a exprimir graus desiguais de poder nela vigentes. As leis são feitas por e para os membros governantes e deixa pouco espaço para os direitos daqueles que se encontram em estado de sujeição. Dessa época em diante, existem na comunidade dois fatores em atividade que são fonte de inquietação relativamente a assuntos da lei, mas que tendem, ao mesmo tempo, a um maior crescimento da lei. 

Primeiramente, são feitas, por certos detentores do poder, tentativas, no sentido de se colocarem acima das proibições que se aplicam a todos — isto é, procuram escapar do domínio pela lei para o domínio pela violência. Em segundo lugar, os membros oprimidos do grupo fazem constantes esforços para obter mais poder e ver reconhecidas na lei algumas modificações efetuadas nesse sentido — isto é, fazem pressão para passar da justiça desigual para a justiça igual para todos. Essa segunda tendência torna-se especialmente importante se uma mudança real de poder ocorre dentro da comunidade, como pode ocorrer em consequência de diversos fatores históricos. Nesse caso, o direito pode gradualmente adaptar-se à nova distribuição do poder; ou, como sucede com maior frequência, a classe dominante se recusa a admitir a mudança e a rebelião e a guerra civil se seguem, com uma suspensão temporária da lei e com novas tentativas de solução mediante a violência, terminando pelo estabelecimento de um novo sistema de leis. Ainda há uma terceira fonte da qual podem surgir modificações da lei, e que invariavelmente se exprime por meios pacíficos: consiste na transformação cultural dos membros da comunidade. Isto, porém, propriamente faz parte de uma outra correlação e deve ser considerado posteriormente. 

Vemos, pois, que a solução violenta de conflitos de interesses não é evitada sequer dentro de uma comunidade. As necessidades cotidianas e os interesses comuns, inevitáveis ali onde pessoas vivem juntas num lugar, tendem, contudo, a proporcionar a essas lutas uma conclusão rápida, e, sob tais condições, existe uma crescente probabilidade de se encontrar uma solução pacífica. Outrossim, um rápido olhar pela história da raça humana revela uma série infindável de conflitos entre uma comunidade e outra, ou diversas outras, entre unidades maiores e menores — entre cidades, províncias, raças, nações, impérios —, que quase sempre se formaram pela força das armas. 
Guerras dessa espécie terminam ou pelo saque ou pelo completo aniquilamento e conquista de uma das partes. É impossível estabelecer qualquer julgamento geral das guerras de conquista. Algumas, como as empreendidas pelos mongóis e pelos turcos, não trouxeram senão malefícios. Outras, pelo contrário, contribuíram para a transformação da violência em lei, ao estabelecerem unidades maiores, dentro das quais o uso da violência se tornou impossível e nas quais um novo sistema de leis solucionou os conflitos. Desse modo, as conquistas dos romanos deram aos países próximos ao Mediterrâneo a inestimável pax romana, e a ambição dos reis franceses de ampliar os seus domínios criou uma França pacificamente unida e florescente. 

Por paradoxal que possa parecer, deve-se admitir que a guerra poderia ser um meio nada inadequado de estabelecer o reino ansiosamente desejado de paz 'perene', pois está em condições de criar as grandes unidades dentro das quais um poderoso governo central torna impossíveis outras guerras. Contudo, ela falha quanto a esse propósito, pois os resultados da conquista são geralmente de curta duração: as unidades recentemente criadas esfacelam-se novamente, no mais das vezes devido a uma falta de coesão entre as partes que foram unidas pela violência. Ademais, até hoje as unificações criadas pela conquista, embora de extensão considerável, foram apenas parciais, e os conflitos entre elas ensejaram, mais do que nunca, soluções violentas. O resultado de todos esses esforços bélicos consistiu, assim, apenas em a raça humana haver trocado as numerosas e realmente infindáveis guerras menores por guerras em grande escala, que são raras, contudo muito mais destrutivas. 

Se nos voltamos para os nossos próprios tempos, chegamos a mesma conclusão a que o senhor chegou por um caminho mais curto. As guerras somente serão evitadas com certeza, se a humanidade se unir para estabelecer uma autoridade central a que será conferido o direito de arbitrar todos os conflitos de interesses. Nisto estão envolvidos claramente dois requisitos distintos: criar uma instância suprema e dotá-la do necessário poder. Uma sem a outra seria inútil. A Liga das Nações é destinada a ser uma instância dessa espécie, mas a segunda condição não foi preenchida: a Liga das Nações não possui poder próprio, e só pode adquiri-lo se os membros da nova união, os diferentes estados, se dispuserem a cedê-lo. E, no momento, parecem escassas as perspectivas nesse sentido. 
A instituição da Liga das Nações seria totalmente ininteligível se se ignorasse o fato de que houve uma tentativa corajosa, como raramente (talvez jamais em tal escala) se fez antes. Ela é uma tentativa de fundamentar a autoridade sobre um apelo a determinadas atitudes idealistas da mente (isto é, a influência coercitiva), que de outro modo se baseia na posse da força. Já vimos que uma comunidade se mantém unida por duas coisas: a força coercitiva da violência e os vínculos emocionais (identificações é o nome técnico) entre seus membros. Se estiver ausente um dos fatores, é possível que a comunidade se mantenha ainda pelo outro fator. 

As idéias a que se faz o apelo só podem, naturalmente, ter importância se exprimirem afinidades importantes entre os membros, e pode-se perguntar quanta força essas idéias podem exercer. A história nos ensina que, em certa medida, elas foram eficazes. Por exemplo, a idéia do pan-helenismo, o sentido de ser superior aos bárbaros de além-fronteiras — idéia que foi expressa com tanto vigor no conselho anfictiônico, nos oráculos e nos jogos —, foi forte a ponto de mitigar os costumes guerreiros entre os gregos, embora, é claro, não suficientemente forte para evitar dissensões bélicas entre as diferentes partes da nação grega, ou mesmo para impedir uma cidade ou confederação de cidades de se aliar com o inimigo persa, a fim de obter vantagem contra algum rival. A identidade de sentimentos entre os cristãos, embora fosse poderosa, não conseguiu, à época do Renascimento, impedir os Estados Cristãos, tanto os grandes como os pequenos, de buscar o auxílio do sultão em suas guerras de uns contra os outros. E atualmente não existe idéia alguma que, espera-se, venha a exercer uma autoridade unificadora dessa espécie. Na realidade, é por demais evidente que os ideais nacionais, pelos quais as nações se regem nos dias de hoje, atuam em sentido oposto. Algumas pessoas tendem a profetizar que não será possível pôr um fim à guerra, enquanto a forma comunista de pensar não tenha encontrado aceitação universal. Mas esse objetivo, em todo caso, está muito remoto, atualmente, e talvez só pudesse ser alcançado após as mais terríveis guerras civis. Assim sendo, presentemente, parece estar condenada ao fracasso a tentativa de substituir a força real pela força das idéias. Estaremos fazendo um cálculo errado se desprezarmos o fato de que a lei, originalmente, era força bruta e que, mesmo hoje, não pode prescindir do apoio da violência. 

Passo agora, a acrescentar algumas observações aos seus comentários. O senhor expressa surpresa ante o fato de ser tão fácil inflamar nos homens o entusiasmo pela guerra, e insere a suspeita de que neles exige em atividade alguma coisa — um instinto de ódio e de destruição — que coopera com os esforços dos mercadores da guerra. Também nisto apenas posso exprimir meu inteiro acordo. Acreditamos na existência de um instinto dessa natureza, e durante os últimos anos temo-nos ocupado realmente em estudar suas manifestações. Permita-me que me sirva dessa oportunidade para apresentar-lhe uma parte da teoria dos instintos que, depois de muitas tentativas hesitantes e muitas vacilações de opinião, foi formulada pelos que trabalham na área da psicanálise? 

De acordo com nossa hipótese, os instintos humanos são de apenas dois tipos: aqueles que tendem a preservar e a unir — que denominamos 'eróticos', exatamente no mesmo sentido em que Platão usa a palavra 'Eros' em seu Symposium, ou 'sexuais', com uma deliberada ampliação da concepção popular de 'sexualidade' —; e aqueles que tendem a destruir e matar, os quais agrupamos como instinto agressivo ou destrutivo. Como o senhor vê, isto não é senão uma formulação teórica da universalmente conhecida oposição entre amor e ódio, que talvez possa ter alguma relação básica com a polaridade entre atração e repulsão, que desempenha um papel na sua área de conhecimentos. Entretanto, não devemos ser demasiado apressados em introduzir juízos éticos de bem e de mal. Nenhum desses dois instintos é menos essencial do que o outro; os fenômenos da vida surgem da ação confluente ou mutuamente contrária de ambos. Ora, é como se um instinto de um tipo dificilmente pudesse operar isolado; está sempre acompanhado — ou, como dizemos, amalgamado — por determinada quantidade do outro lado, que modifica o seu objetivo, ou, em determinados casos, possibilita a consecução desse objetivo. Assim, por exemplo, o instinto de auto-preservação certamente é de natureza erótica; não obstante, deve ter à sua disposição a agressividade, para atingir seu propósito. Dessa forma, também o instinto de amor, quando dirigido a um objeto, necessita de alguma contribuição do instinto de domínio, para que obtenha a posse desse objeto. A dificuldade de isolar as duas espécies de instinto em suas manifestações reais, é, na verdade, o que até agora nos impedia de reconhecê-los. 

Se o senhor quiser acompanhar-me um pouco mais, verá que as ações humanas estão sujeitas a uma outra complicação de natureza diferente. Muito raramente uma ação é obra de um impulso instintual único (que deve estar composto de Eros e destrutividade). A fim de tornar possível uma ação, há que haver, via de regra, uma combinação desses motivos compostos. Isto, há muito tempo, havia sido percebido por um especialista na sua matéria, o professor G. C. Lichtenberg, que ensinava física em Göttingen, durante o nosso classicismo, embora, talvez, ele fosse ainda mais notável como psicólogo do que como físico. 

Ele inventou uma 'bússola de motivos', pois escreveu: 'Os motivos que nos levam a fazer algo poderiam ser dispostos à maneira da rosa-dos-ventos e receber nomes de uma forma parecida: por exemplo, "pão — pão — fama" ou "fama — fama — pão".' De forma que, quando os seres humanos são incitados à guerra, podem ter toda uma gama de motivos para se deixarem levar — uns nobres, outros vis, alguns francamente declarados, outros jamais mencionados. Não há por que enumerá-los todos. Entre eles está certamente o desejo da agressão e destruição: as incontáveis crueldades que encontramos na história e em nossa vida de todos os dias atestam a sua existência e a sua força. A satisfação desses impulsos destrutivos naturalmente é facilitada por sua mistura com outros motivos de natureza erótica e idealista. Quando lemos sobre as atrocidades do passado, amiúde é como se os motivos idealistas servissem apenas de escusa para os desejos destrutivos; e, às vezes — por exemplo, no caso das crueldades da Inquisição — é como se os motivos idealistas tivessem assomado a um primeiro plano na consciência, enquanto os destrutivos lhes emprestassem um reforço inconsciente. Ambos podem ser verdadeiros. 

Receio que eu possa estar abusando do seu interesse, que, afinal, se volta para a prevenção da guerra e não para nossas teorias. Gostaria, não obstante, de deter-me um pouco mais em nosso instinto destrutivo, cuja popularidade não é de modo algum igual à sua importância. Como conseqüência de um pouco de especulação, pudemos supor que esse instinto está em atividade em toda criatura viva e procura levá-la ao aniquilamento, reduzir a vida à condição original de matéria inanimada. Portanto, merece, com toda seriedade, ser denominado instinto de morte, ao passo que os instintos eróticos representam o esforço de viver. O instinto de morte torna-se instinto destrutivo quando, com o auxílio de órgãos especiais, é dirigido para fora, para objetos. O organismo preserva sua própria vida, por assim dizer, destruindo uma vida alheia. Uma parte do instinto de morte, contudo, continua atuante dentro do organismo, e temos procurado atribuir numerosos fenômenos normais e patológicos a essa internalização do instinto de destruição. Foi-nos até mesmo imputada a culpa pela heresia de atribuir a origem da consciência a esse desvio da agressividade para dentro. O senhor perceberá que não é absolutamente irrelevante se esse processo vai longe demais: é positivamente insano. Por outro lado, se essas forças se voltam para a destruição no mundo externo, o organismo se aliviará e o efeito deve ser benéfico. 

Isto serviria de justificação biológica para todos os impulsos condenáveis e perigosos contra os quais lutamos. Deve-se admitir que eles se situam mais perto da Natureza do que a nossa resistência, para a qual também é necessário encontrar uma explicação. Talvez ao senhor possa parecer serem nossas teorias uma espécie de mitologia e, no presente caso, mitologia nada agradável. Todas as ciências, porém, não chegam, afinal, a uma espécie de mitologia como esta? Não se pode dizer o mesmo, atualmente, a respeito da sua física? 

Para nosso propósito imediato, portanto, isto é tudo o que resulta daquilo que ficou dito: de nada vale tentar eliminar as inclinações agressivas dos homens. Segundo se nos conta, em determinadas regiões privilegiadas da Terra, onde a natureza provê em abundância tudo o que é necessário ao homem, existem povos cuja vida transcorre em meio à tranquilidade, povos que não conhecem nem a coerção nem a agressão. Dificilmente posso acreditar nisso, e me agradaria saber mais a respeito de coisas tão afortunadas. Também os bolchevistas esperam ser capazes de fazer a agressividade humana desaparecer mediante a garantia de satisfação de todas as necessidades materiais e o estabelecimento da igualdade, em outros aspectos, entre todos os membros da comunidade. Isto, na minha opinião, é uma ilusão. 

Eles próprios, hoje em dia, estão armados da maneira mais cautelosa, e o método não menos importante que empregam para manter juntos os seus adeptos é o ódio contra qualquer pessoa além das suas fronteiras. Em todo caso, como o senhor mesmo observou, não há maneira de eliminar totalmente os impulsos agressivos do homem; pode-se tentar desviá-los num grau tal que não necessitem encontrar expressão na guerra. 

Nossa teoria mitológica dos instintos facilita-nos encontrar a fórmula para métodos indiretos de combater a guerra. Se o desejo de aderir à guerra é um efeito do instinto destrutivo, a recomendação mais evidente será contrapor-lhe o seu antagonista, Eros. Tudo o que favorece o estreitamento dos vínculos emocionais entre os homens deve atuar contra a guerra. Esses vínculos podem ser de dois tipos. Em primeiro lugar, podem ser relações semelhantes àquelas relativas a um objeto amado, embora não tenham uma finalidade sexual. A psicanálise não tem motivo porque se envergonhar se nesse ponto fala de amor, pois a própria religião emprega as mesmas palavras: 'Ama a teu próximo como a ti mesmo.' Isto, todavia, é mais facilmente dito do que praticado. O segundo vínculo emocional é o que utiliza a identificação. Tudo o que leva os homens a compartilhar de interesses importantes produz essa comunhão de sentimento, essas identificações. E a estrutura da sociedade humana se baseia nelas, em grande escala. 

Uma queixa que o senhor formulou acerca do abuso de autoridade, leva-me a uma outra sugestão para o combate indireto à propensão à guerra. Um exemplo da desigualdade inata e irremovível dos homens é sua tendência a se classificarem em dois tipos, o dos líderes e o dos seguidores. Esses últimos constituem a vasta maioria; têm necessidade de uma autoridade que tome decisões por eles e à qual, na sua maioria devotam uma submissão ilimitada. Isto sugere que se deva dar mais atenção, do que até hoje se tem dado, à educação da camada superior dos homens dotados de mentalidade independente, não passível de intimidação e desejosa de manter-se fiel à verdade, cuja preocupação seja a de dirigir as massas dependentes. 

É desnecessário dizer que as usurpações cometidas pelo poder executivo do Estado e a proibição estabelecida pela Igreja contra a liberdade de pensamento não são nada favoráveis à formação de uma classe desse tipo. A situação ideal, naturalmente, seria a comunidade humana que tivesse subordinado sua vida instintual ao domínio da razão. Nada mais poderia unir os homens de forma tão completa e firme, ainda que entre eles não houvesse vínculos emocionais. No entanto, com toda a probabilidade isto é uma expectativa utópica. Não há dúvida de que os outros métodos indiretos de evitar a guerra são mais exequíveis, embora não prometam êxito imediato. Vale lembrar aquela imagem inquietante do moinho que mói tão devagar, que as pessoas podem morrer de fome antes de ele poder fornecer sua farinha. 

O resultado, como o senhor vê, não é muito frutífero quando um teórico desinteressado é chamado a opinar sobre um problema prático urgente. É melhor a pessoa, em qualquer caso especial, dedicar-se a enfrentar o perigo com todos os meios à mão. Eu gostaria, porém, de discutir mais uma questão que o senhor não menciona em sua carta, a qual me interessa em especial. Por que o senhor, eu e tantas outras pessoas nos revoltamos tão violentamente contra a guerra? Por que não a aceitamos como mais uma das muitas calamidades da vida? Afinal, parece ser coisa muito natural, parece ter uma base biológica e ser dificilmente evitável na prática. Não há motivo para se surpreender com o fato de eu levantar essa questão. Para o propósito de uma investigação como esta, poder-se-ia, talvez, permitir-se usar uma máscara de suposto alheamento. A resposta à minha pergunta será a de que reagimos à guerra dessa maneira, porque toda pessoa tem o direito à sua própria vida, porque a guerra põe um término a vidas plenas de esperanças, porque conduz os homens individualmente a situações humilhantes, porque os compele, contra a sua vontade, a matar outros homens e porque destrói objetos materiais preciosos, produzidos pelo trabalho da humanidade. Outras razões mais poderiam ser apresentadas, como a de que, na sua forma atual, a guerra já não é mais uma oportunidade de atingir os velhos ideais de heroísmo, e a de que, devido ao aperfeiçoamento dos instrumentos de destruição, uma guerra futura poderia envolver o extermínio de um dos antagonistas ou, quem sabe, de ambos. Tudo isso é verdadeiro, e tão incontestavelmente verdadeiro, que não se pode senão sentir perplexidade ante o fato de a guerra ainda não ter sido unanimemente repudiada. Sem dúvida, é possível o debate em torno de alguns desses pontos. Pode-se indagar se uma comunidade não deveria ter o direito de dispor da vida dos indivíduos; nem toda guerra é passível de condenação em igual medida; de vez que existem países e nações que estão preparados para a destruição impiedosa de outros, esses outros devem ser armados para a guerra. Mas não me deterei em nenhum desses aspectos; não constituem aquilo que o senhor deseja examinar comigo, e tenho em mente algo diverso. Penso que a principal razão por que nos rebelamos contra a guerra é que não podemos fazer outra coisa. Somos pacifistas porque somos obrigados a sê-lo, por motivos orgânicos, básicos. E sendo assim, temos dificuldade em encontrar argumentos que justifiquem nossa atitude. 

Sem dúvida, isto exige alguma explicação. Creio que se trata do seguinte. Durante períodos de tempo incalculáveis, a humanidade tem passado por um processo de evolução cultural (Sei que alguns preferem empregar o termo 'civilização'). É a esse processo que devemos o melhor daquilo em que nos tornamos, bem como uma boa parte daquilo de que padecemos. Embora suas causas e seus começos sejam obscuros e incerto o seu resultado, algumas de suas características são de fácil percepção. Talvez esse processo esteja levando à extinção a raça humana, pois em mais de um sentido ele prejudica a função sexual; povos incultos e camadas atrasadas da população já se multiplicam mais rapidamente do que as camadas superiormente instruídas. Talvez se possa comparar o processo à domesticação de determinadas espécies animais, e ele se acompanha, indubitavelmente, de modificações físicas; mas ainda não nos familiarizamos com a idéia de que a evolução da civilização é um processo orgânico dessa ordem. As modificações psíquicas que acompanham o processo de civilização são notórias e inequívocas. Consistem num progressivo deslocamento dos fins instintuais e numa limitação imposta aos impulsos instintuais. Sensações que para os nossos ancestrais eram agradáveis, tornaram-se indiferentes ou até mesmo intoleráveis para nós; há motivos orgânicos para as modificações em nossos ideais éticos e estéticos. Dentre as características psicológicas da civilização, duas aparecem como as mais importantes: o fortalecimento do intelecto, que está começando a governar a vida instintual, e a internalização dos impulsos agressivos com todas as suas consequentes vantagens e perigos. 

Ora, a guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização, e por esse motivo não podemos evitar de nos rebelar contra ela; simplesmente não podemos mais nos conformar com ela. Isto não é apenas um repúdio intelectual e emocional; nós, os pacifistas, temos uma intolerância constitucional à guerra, digamos, uma idiossincrasia exacerbada no mais alto grau. Realmente, parece que o rebaixamento dos padrões estéticos na guerra desempenha um papel dificilmente menor em nossa revolta do que as suas crueldades. 

E quanto tempo teremos de esperar até que o restante da humanidade também se torne pacifista? Não há como dizê-lo. Mas pode não ser utópico esperar que esses dois fatores, a atitude cultural e o justificado medo das consequências de uma guerra futura, venham a resultar, dentro de um tempo previsível, em que se ponha um término à ameaça de guerra. Por quais caminhos ou por que atalhos isto se realizará, não podemos adivinhar. Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra. 

Espero que o senhor me perdoe se o que eu disse o desapontou, e com a expressão de toda estima, subscrevo-me, 
Cordialmente, Sigm. Freud

Einstein, Psicologia e Psicanálise!


Princípio de Einstein: Desconfiar de tudo que não possa estar diante da consciência. Para ele o homem comum pensa que quanto mais ele se aguçar em seu esforço mental, mais próximo estará da verdade.
Assim esse homem atua com o ego-pensante, ou seja, aquilo que se defini a partir da análise própria, e dessa maneira se abstém de interceder o questionamento profundo de um cosmo-pensante, o que implicaria em uma forte ruptura com o paradigma mental de que a análise em si conduz a resposta, e não a universalidade do questionamento diante do cosmo-pensante e sua aplicabilidade no contexto da realidade. Concluindo, esse homem atua com o ego-pensante e não como o cosmo-pensante.
O diferencial é que o cosmo-pensante possibilita ao homem seu deslocamento através de mecanismos reais, incorporados por situações físicas disponíveis no ambiente, no universo, ao passo que o ego-pensante atua diante da limitação do desejo de algo em sua natureza de pensar. Para Einstein a verdade está na compreensão entre o campo físico e o psicológico, onde o pensar necessita de algo que diante da estrutura física possa dimensioná-lo, enquanto o real da pessoa está na relação social e presente no contato com o cosmo. Logo, o conhecimento produzido pelo homem, tem consigo uma necessidade de referência a partir da intuição como uma visão que revela o que está dentro, e busca se propagar para o mundo de fora de forma direta e ao mesmo tempo interna, pois seu questionamento expande sua percepção, visando estabelecer algo como compreensivo.
Einstein vivia entre a intuição cósmica e o talento intuitivo, revelando que mesmo pensando 99 vezes, só encontrava a verdade ao silenciar. Aliás Thomas Edson, dizia “Eu necessito de 90% de transpiração para ter 10% de intuição". Nesse sentido, entende-se por transpiração, o esforço intelectual analítico. O talento humano opera na zona do ego-consciente do aquém, e o gênio é invadido pelo cosmo-consciente do além.
Perceba a história evolutiva do pensamento de Einstein, que aos 26 anos na Politécnica de Zurique, lançou ao papel uma fórmula que mudaria toda estrutura do conhecimento científico, ou seja, E=mc², a partir daí a era atômica estava declarada enquanto proposta de conhecimento e evolução científica, mudando radicalmente o paradigma da compreensão da energia no universo. Para chegar à verdade, a partir desse momento estabelecido, ele ficou em solidão por um bom período mensal de gestação intelectual. Logo faz-se necessário avaliar sua tese, de que o tempo de análise e intuição estão em movimento, porém a análise é revelada pelo ego-pensante e a intuição é resultado do cosmo-pensante.
Para Einstein, o Talento é ego-pensante e o gênio cosmo-pensante. Grandes cientistas, poetas, escritores, músicos considerados Gênios, "recebem do além", ou seja, olham além do seu horizonte e assim conseguem criar coisas e situações que serão utilizadas para muito além de seu tempo, com séculos de referência de suas obras e de seus horizontes no momento da descoberta ou criação, em todas as dimensões da razão com o cosmo da infinitude.
Para Einstein o Talento quando deriva da intelectualidade, não se abre aos canais que possibilitam a invasão do universo, enquanto na alma do cosmos, o Gênio possibilita a construção de condutores idôneos para o influxo das águas da fonte cósmica.
Logo a principal característica de todo Gênio é o ser Humilde, esse traço de personalidade se desenvolve em função de reconhecer que todo o processo de seu trabalho, discurso ou pesquisa está diretamente relacionado a uma grandeza cósmica que permite pensar, fazer e criar, porém se constitui em algo tão maior que seu conhecimento em si, levando o Gênio a reconhecer que ele não é a fonte plena, mas sim um canal que permite a partir do vazio revelar a plenitude provida do cosmos.
Ao contemplar essa verdade, o ser humano Gênio não se orgulha do que faz, pois reconhece que todo seu conhecimento está em possibilidade sempre inferior a força geradora de seu questionamento ou descoberta cósmica. Sua parturição telúrica revela essa verdade.
O Gênio pode sentir-se envergonhado de poder revelar apenas uma pequena parte de todo o contexto do que está aprendendo e ensinando, ao transparecer algo que se considera um viés de novo horizonte científico ou cultural para o qual sente que muito ainda se necessita fazer em prol de conhecer a verdade.
Quando uma pessoa se envaidece da prole de seu conhecimento, está apenas revelando seu traço de Talentoso, porém não pode ser considerado um Gênio, visto que a vaidade provida desse conhecimento deverá ofuscar seu expressivo campo ainda a ser investigado e interrogado, limitando o conhecimento revelado e possibilitando sua fugacidade como esquiva da vivacidade intelectual.
Outro aspecto importante na compreensão de Einstein é que o período gestacional de uma profunda descoberta, permite o pesquisador se isolar enquanto condição de aprofundamento de sua tese. Assim o silêncio e a solidão são nutrientes capazes de facilitar o contato com o cosmos-pensante, abrindo caminho para o diálogo do silêncio e da solidão como companhia da pesquisa ou do questionamento original.
A solidão se sente acompanhada do propósito da pesquisa, e o silêncio revela a linguagem temática da pesquisa, ou seja, os caminhos obscuros em busca do conhecimento.
Logo as convenções sociais não são importantes e nem essenciais para os Gênios, são apenas convenções, sem interferência direta sobre suas vidas.
Einstein foi assim, solitário e silencioso, mas outros Gênios da humanidade também viveram dessa forma. Você pode começar a lembrar seus nomes, coloque agora em seu cosmo-pensante para instrumentalizar essa verdade que você deseja revelar a partir do conhecimento que possui sobre os Gênios da humanidade.
Para Einstein, um dos maiores favores que uma pessoa podia fazer para com ele, era não usar da linguagem verbal ou escrita, ainda mais quando o assunto fugia de sua prole gestacional de pesquisa e conhecimento, força de seu interesse. Diante dessa riqueza expressiva da personalidades dos Gênios, revelada agora, vamos então imaginar o encontro de Einstein e Sigmund Freud. Quem perguntou a quem? O que gerou a necessidade dessa pergunta? Que propósito real Einstein teve em sua obra para conversar com Freud? E que propósito teve Sigmund Freud para conversar com Einstein? Os Gênios são assim, complexos, mas interessantes, por isso, eternos.
Acredito que o ego-pensante possibilitou ao chegar na consciência de que ambos deveriam se encontrar e durante um tempo de suas vidas intelectuais, estar diante de si, através do outro, e questionar o ser humano e a relação com a questão cósmica, ou ao contrário, questionar a questão cósmica e o ser humano...
Assim o cosmo-pensante revelou o que a partir desse encontro, entre esses dois seres diferentes em suas pesquisas, porém próximo quanto a inquietude temática do homem diante do universo, ou como gostava Einstein, do cosmo, com todas as letras pode ser chamado de um encontro extremamente GENIAL para a humanidade, visto que humanidade tem haver com cosmos, que por sua vez é formada a partir de partículas de ego-pensante, reservando uma intuição cosmo-pensante.
Enfim, Einstein e Freud são revelações de Genialidades do Homem diante do cosmos, e essas revelações estão nos questionamentos deixados por ambos, visando não eternizar suas obras, pois se assim desejassem não seriam Gênios, e sim humanos Talentosos, embebecidos da vaidades de seus conhecimentos de suas obras. Para eles, suas obras estão prontas para serem questionadas e aperfeiçoadas, convidando comunidades cientificas a expandir suas pesquisas e possibilitar o desenvolvimento das mesmas por gerações e gerações de humanos dispostos a aprofundar suas verdades absolutas ou relativas, mas para ambos tudo é relativo, até a força do ego-pensante e do cosmo-pensante.
Tanto Albert Einstein, como Sigmund Freud, revelavam a certeza na ciência que busca desvendar os fatos. Para ambos a religião revela os valores morais da vida humana, esse paralelo entre Ciência e Religião precisa ser amplamente compreendido para que os Gênios possam continuar trabalhando e existindo, sem as amarras dos falsos valores mercantilistas e promíscuos éticos que buscam se contrapor ao legado do conhecimento científico.
A Ciência gera Produto Interno Bruto, produz riqueza e desenvolve a qualidade de compreensão do homem em sua vida social. Logo, é melhor permitir a expressão de Gênios em uma sociedade, do que apenas pessoas talentosas, pois a variação de grau determina a consequência da natureza do conhecimento.
Em Einstein e Freud, são dois Gênios em que encontramos algumas características comuns, citaremos apenas quatro traços de semelhanças em suas vidas. Primeiro característica:  ambos Judeus;
Segunda característica: os dois Gênios foram incompreendidos em seu tempo;
Terceira característica: ambos foram perseguidos por forças de seus conhecimentos, visto que  manifestavam expressivas mudanças na compreensão do homem diante do universo.
Está na hora de permitirmos o surgimento dos novos Gênios, sendo pessoas privilegiadas por estudos que colocam a ciência no centro do debate, como motor de expansão do cosmos, e aqui surge a quarta característica de Einstein e Freud: ambos foram professores em universidades,  sendo Einstein professor na Universidade de Princeton, ano de 1945/6, e ainda hoje uma das dez melhores universidades do mundo, e Freud professor na Universidade de Viena na Áustria, fundada em 12 de março de 1365, dispensa comentários...
Aqui vale analisar que o respeito a esses Gênios não veio por acaso, foi preciso muito enfrentamento e debate cientifico visto que os colegas acadêmicos de Einstein chegavam a dizer que apenas meia dúzia de homens seriam capazes de entender a Teoria da Relatividade.
Com Freud não foi diferente, ele foi perseguido e ridicularizado por médicos que refutavam seus métodos de pesquisa e ainda hoje lutam para neutralizar todo o seu conhecimento, visto que na área médica alguns ainda hoje pensam que falar é sinalizar sintomas, mas não tem efeito curativo nenhum, pois alguns propagam a era da medicalização do sofrimento mental que por sua vez permeia o horizonte da dor entre o cérebro e o corpo, não podendo admitir a existência de fenômenos psicológicos traumáticos capazes de neutralizar o bem estar da saúde mental vivido por um ser humano m uma determinada fase de sua existência.
Para  eu sair do presente texto, volto para a questão inicial, com você.
Onde está o ego-pensante e o cosmo-pensante em você agora?
Como você estabelece sua verdade?
Qual compreensão de sua vida diante de suas verdades?
Aqui preciso dizer que Einstein em minha análise foi feliz, pois estudou o que ele se determinou e também viveu contemplando o cosmo de sua virtude, valores e forças físicas.
Penso que Freud foi feliz e contemplativo com o estudo da alma humana, propondo ao Homem buscar conhecer suas forças inconscientes.
E você, o que te faz Feliz?
Obrigado...