domingo, 29 de maio de 2011

Bernardinho: Lições de um Gestor Campeão.

Bernardo Rocha de Rezende, conhecido como Bernardinho, (Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1959) é um ex-jogador de voleibol brasileiro. Como treinador, Bernardinho é o maior campeão da história do voleibol, acumulando mais de 30 títulos importantes em vinte anos de carreira dirigindo as seleções brasileiras feminina e masculina. Desde 2001, é o técnico da seleção brasileira de voleibol masculino.
Bernardinho jogou voleibol de
1979 até 1986, defendendo times do Rio de Janeiro. Em 1988, parou de jogar, começando a carreira de treinador como assistente-técnico de Bebeto de Freitas, nas Olimpíadas de Seul. Dois anos depois, treinou a equipe feminina do Peruggia, na Itália, onde ficou até 1992. No ano seguinte, dirigiu a equipe masculina do Modena. Em seguida, Bernardinho retornou ao Brasil e, em 1994, assumiu o comando da seleção feminina brasileira adulta até 2000.
O êxito nas quadras fez do técnico um conferencista requisitado. Inspirado pela Pirâmide do Sucesso, criação do treinador John Wooden, mito do basquete universitário
estadunidense e que usa a figura geométrica para ensinar o passo-a-passo do sucesso, Bernardinho desenvolveu a "Roda da Excelência". Nela, dispõe valores como trabalho em equipe, liderança, motivação, perseverança e outros conceitos comuns a manuais de recursos humanos.
Bernardinho é casado com a ex-jogadora de voleibol
Fernanda Venturini. Casaram-se em 1999 e hoje têm duas filhas juntos chamadas Júlia e Vitória. Antes, foi casado com a ex-jogadora de voleibol Vera Mossa, com quem teve Bruno Mossa de Rezende, o Bruninho, que é levantador da seleção brasileira masculina de vôlei.
Foi escolhido o melhor treinador da Super Liga Feminina
2007/2008. E pelo Comitê Olímpico Brasileiro por quatro anos consecutivos o melhor treinador do Brasil.
É autor dos livros: "Bernardinho - Cartas a um jovem atleta - Determinação e Talento: O caminho da Vitória"
e "Transformando Suor em Ouro".



O trabalho a seguir é baseado no Livro Transformando Suor em Ouro.


Agora você irá ler o conhecimento Filosófico deste Vencedor, e assim poderá montar uma palestra de Motivação para sua equipe.
Selecionei 40 frases desse exemplo de Brasileiro Vencedor, respeitado internacionalmente.

É Fundamental na Vida Pessoal e Profissional, segundo BERNARDINHO:

1ª - Compreender a importância da Instrução no Desenvolvimento Cultural e Profissional;

2ª - Dedicar-se com obstinação (apego) na busca de um objetivo;

3ª - Entender a paixão como fator essencial de motivação;

4ª - Nunca esquecer que a Vaidade é Inimiga do Espírito de Equipe;

5ª – Buscar o brilho da vitória no olhar de seus colaboradores;



6ª – Trabalhar a perseverança, a obstinação, não desistindo nem recuando diante de obstáculos;

7ª – Desenvolver o senso de observação;

8ª – Entender que o sentido de coletividade é mais importante do que eventuais centelhas individuais;

9ª – Combater o desperdício de talento. Lutar contra a acomodação e desafiar o limite preestabelecidos;

10ª – Monitorar constantemente sua vaidade. A Vaidade é a Cegueira expressa do homem;

11ª – Detectar e desenvolver talentos, é uma das principais atribuições do Líder;

12ª – Estudar, Ler, Observar e Questionar, Constituem o Processo de Preparação para a Vitória;

13ª – Talento sem treinamento não basta para o sucesso;


14ª – Uma boa performace é resultado de preparação (conteúdo) e entusiasmo (paixão);

15ª – Perceber o desafio como grande oportunidade;

16ª - Criar metas ideais e pessoais;

17ª – Não rotular pessoas;

18ª – Não prometer o que não pode, ou que não deseja cumprir;

19ª – A Confiança é a base de qualquer relação vitoriosa, e o Respeito sua viga estrutural;

20ª – O Questionamento é fonte de constante crescimento e de perda do comodismo;

21ª – Entender a derrota é buscar responder o Por Quê da mesma;

22ª – Não existe atalho para o sucesso, pois a vitória é fruto de novos caminhos;

23ª – Decisão implica em análise de detalhes;

24ª – Um trabalho de preparação meticuloso é o caminho mais curto para a Vitória;

25ª – Devemos optar pelas pessoas certas e não pelas mais talentosas;


26ª - A essência do sucesso é a preparação profissional;

27ª - Quanto mais você treina, menos se sacrifica no trabalho e para vitória;

28ª - Talento Médio + Determinação Alta = Bom Profissional;

29ª - Talento Alto + Determinação Alta = Superprofissional;

30ª - Talento Alto + Determinação Baixa = Frustração;

31ª - Equação do crescimento humano: “Gênio: 1% de Inspiração, 99% de Transpiração”;


32ª - O esforço coletivo conduz à vitória; porém o talento individual desorientado tende a fracassar;

33 ª -Uma equipe está pronta para competir quando seus membros são capazes de ser cooperativos, solidários e de proporcionar um esforço coletivo em prol de um bem comum. Assim uma equipe vitoriosa precisa praticar suas relações interpessoais: ética; respeito; vontade; disposição; disciplina; talento e coragem;

34ª - Deve-se exigir mais, de quem mais dá;

35ª - A maior tristeza não é a derrota, mas não ter a oportunidade de tentar de novo;


36ª – Exercer a Liderança democrática sendo franco, aberto, porém seguro no momento de decidir;

37ª - Vencer pode não ser tudo, mas se empenhar pela vitória é a única ação que conta;

38ª - Equipes, empresas, corporações e governos, são resultados do trabalho de um grupo de pessoas;

39ª – Não esqueça!
Trabahar em Equipe exige do líder: perseverança; superação; comprometimento; cumplicidade; disciplina; ética e hábitos positivos em relação a atividade profissional;

40ª - No Fim das Contas, são as Pessoas que Fazem a Diferença.


Prof. Mauri Gaspar

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amazônia: Um Breve Relato Sobre o Estreito de Breves – Pará – Brasil!



Amazônia: Um Breve Relato Sobre o Estreito de Breves - Pará - Brasil


O Estreito de Breves é um lugar muito conhecido na região amazônica por uma finalidade singular, serve de ligação à navegação entre os Estados do Pará e seus vizinhos, como Amapá, Amazonas, além de municípios da região.

O mesmo é canal fluvial necessário para quem navega na direção do Arquipélago do Marajó, sendo este o maior arquipélago fluvio-marítimo do planeta, composto por 2500 ilhas e ilhotas, com extensão territorial que abrangem 12 municípios do Estado do Pará, sendo o Município de Breves, Afuá, Anajás, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, Ponta de Pedras, Salvaterra e Soure, estes três últimos municípios famosos por suas belas praias e fazendas criadoras de búfalos, servindo de atrativo turístico para a região.

A população do Estreito de Breves habita casas de madeira, com cobertura de palha seca, extraídas de palmeiras nativas da região, ou cobertas de cavaca, espécie de telhas de madeira. Quase sempre essas casas não têm distribuição de cômodos, sendo que as paredes das mesmas não são totalmente fechadas, apresentando brechas nas madeiras, permitindo com isso visualização externa quando da proximidade da mesma. As descrições das condições de moradia e da sobrevivência dessas famílias, revelam um abandono total por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal, no sentido de que nenhum tipo de infra-estrutura social seja possibilitado a comunidade local, resultando em uma ampla pobreza e miséria, que se inicia pela baixa escolaridade da população, além da falta de ocupação profissional, tornando essas comunidades excluídas de condições sociais de ascensão, produzindo uma semelhança expressiva entre pobres e miseráveis no horizonte e na margem do Rio Pracaxi, sendo esse o Rio mais usado pela navegação regional, visto possibilitar que imensos navios de cargas e passageiros possam navegar no mesmo, em função de sua grande profundidade.

Assim, esta solidão material e de recursos sociais, obriga as crianças a pedir alimentos em ‘casquinhos’ ou canoa a remo.
No estreito de Breves até pé de galinha, pescoço e vísceras são alimentos saudáveis e festejados pela população, quando doados pelas embarcações, ou por seus passageiros. Logo, o lugar vive e sobrevive de esmola diária e do faz de conta dos governantes como um todo.
O estreito é um lugar ímpar, onde o outro é apenas um olhar de reflexo entre a margem e o horizonte, sem necessariamente proporcionar uma reflexão, no sentido de que ali estão pessoas que também são cidadãos brasileiros. Porém, como é uma viagem, o outro que é passageiro, passa no sentido da proa das embarcações, ficando, as vezes, em seu cérebro, a imagem de desespero e esperança que se revela no contato estimulativo causado pelo grito da criança, vestida ou quase nua, a pedir alimentos, com os gestos de seus braços que acenam na direção do grande navio, marcado pelo outro que vê, porém sem imaginar se será reconhecida como semelhante, e mesmo se continuará existindo sem o abraço afetivo.
O que importa é que ela, a criança, tenha que embarcar no casquinho, fixar seu olhar no centro do estreito, implorar, através do grito, por algo à nível de doação para continuar coexistindo na vida de pobreza e miséria absoluta a que está condenada até a presente data.

A maioria dos pais dessas crianças do Estreito de Breves sobrevivem da extração de palmito, açaí e frutas de época, bem como do camarão. Grande parte dessas mercadorias são oferecidas pelos moradores para quem está navegando no estreito, através de seus filhos.
Essas crianças remam nas águas da esperança de continuar a viver, sonhar e sorrir...
Para conseguirem entrar nas embarcações, elas têm que pôr suas vidas em risco, são obrigadas a atracar suas canoas ou casquinhos no navio em movimento, e para isso precisam laçar um gancho que existe na embarcação, segurar na corda que está amarrada em sua na canoa ou que está firme em suas mãos, pois o navio não para. Dessa forma elas embarcam e procuram vender seus produtos regionais, algumas escolhem o escambo, ou seja, troca de mercadorias por principalmente óleo diesel, arroz, feijão, açúcar, etc...
A jovem moça que veio à Embarcação oferecer Pupunha e Cupuaçu, frutos da região amazônica, não aceita vendê-los, pois dinheiro para ela não tem utilidade, ela prioriza trocar esses produtos principalmente por óleo diesel, mas nem sempre é assim, pois algumas crianças aceitam vender em moeda brasileira, chamada de Real.

Esse cenário social, promovido pela ausência dos governos em todas as esferas citadas anteriormente, forçam às empresas de navegação que trafegam no Estreito de Breves, e aqui se inclui Balsas, Navios e Barcos Gaiolas, aqueles repletos de redes de passageiros, um custo social adicional de óleo diesel, para que seus tripulantes possam trocar em produtos oferecidos pelos ribeirinhos, ou seja, as empresas pagam à conta, além de suas contribuições fiscais, objetivando minimizar o conflito subliminar que o choque social produz entre a riqueza transportada e a pobreza e miséria instaurada na região.
A prostituição infanto-juvenil também é uma alternativa para conseguir Óleo Diesel e sobrevivência social dentro das embarcações. Assim é possível negociar um "encontro amoroso", desculpem a expressão, por 15 ou 20 litros, em algumas situações, com menor quantidade de óleo diesel, com a idade das moças variando a partir dos 12 anos. Sem comentários...
O Estreito de Breves também revela a beleza que o poeta Paraense Ruy Barata nos deixou: "este rio é minha rua, minha e tua mururé, piso no peito da lua, deito no chão da maré”... Porém todos nós brasileiros, esperamos um dia encontrarmos essa rua de água amazônica, em condições de oferecer moradia, saúde e escolaridade aos seus habitantes e que essa realidade social, chamada de pobreza e miséria brasileira, não sirva apenas de documentário para televisões nacionais e internacionais, como a Televisão Árabe Al-Jazira que está expondo um documentário ao mundo sobre essa realidade vivida no Estreito de Breves, realidade Made in Brazil, demonstrando a forma como as crianças se aproximam dos navios de passageiros e o risco de vida que elas passam nesta operação ao tentar atracar a canoa em um navio em movimento, e o documentário explica que a cena não é brincadeira de criança e sim trabalho infantil legalizado no Brasil.

Não podemos nos esquecer que a necessidade de preservação da Amazônia, passa necessariamente pela preservação do Homem amazônico. Não se trata de paternalizar a questão, mas de dar condições reais de desenvolvimento a região. Araras, tucanos, tartarugas, botos tucuxi e cor-de-rosa, açaizeiro, tucunaré, pirarucu, onça e tantas outras espécies precisam de proteção, porém o Homem só pode preservar o meio ambiente se ele conceber sua existência preservada. Assim temos que defender o meio ambiente, mas que esse não exclua o homem de sua condição na evolução social.
Eliminar o quadro de abandono social em que vive a população do Estreito de Breves, onde ainda hoje a miséria e a pobreza imperam, é o que poderá produzir o início de uma era em busca do equilíbrio benéfico à relação Homem - Meio ambiente.


Esta foto é do Navio Artic Sunrise, do Greenpeace, que atravessa o Estreito de Breves, no Pará. Esta embarcação veio ao Brasil como parte dos protestos realizados durante o Fórum Social Mundial. (Foto: Rodrigo Baleia/Greenpeace)
Com investimentos sócio-econômico-educacional, por parte dos governos, da iniciativa privada e da sociedade como um todo, a essa população ribeirinha, do norte do Brasil, será possível fazer turismo neste belo arquipélago do Marajó e assim desfrutar da alegria das pessoas que habitam essa parte da Amazônia, cantando os versos e recitando poemas não de uma realidade social de exclusão, mas de ternura, em ver a harmonia da vida natural e o bem estar do homem em sua relação com a meio ambiente, alicerçada no respeito e dignidade a toda forma de vida existente na região mais cobiçada e estudada no mundo atual.

A Amazônia é Brasileira e o nosso desafio como nação, é dar condições de vida digna, as gerações familiares que vivem a margem dos nossos rios, porém sem jamais permitir que possam continuar vivendo a margem da sociedade.
Esse é o nosso desafio e a história brasileira dirá de forma estreita e breve, o que está acontecendo no Estreito de Breves.
Mauri N. Lima Gaspar - Psicólogo e Professor Universitário.