terça-feira, 26 de junho de 2012

O Construtivismo Piagetiano como Reflexão Pedagógica na Escola Inclusiva.

Relato da experiência desenvolvida no Centro Educacional Escada do Tempo.
Uma História de AMOR.

O Centro Educacional Escada do Tempo foi fundado em Belém do Pará no ano de 1991, quando uma pedagoga paulista iniciou o sonho de ter uma escola que permitisse ver a criança como sujeito de uma construção chamada conhecimento. Esse olhar criador é o que move a criança a buscar compreender a sociedade e assim interagir com os estímulos a sua volta, fazendo com que ela consiga se expressar em sua singularidade e autonomia cognitiva.
No final de 1994 Marluce da Costa e eu, Mauri Gaspar, conseguimos comprar a escola, em função da dificuldade financeira vivida pela proprietária. Esta passou a se chamar Centro Educacional Escada do Tempo. Esse nome foi possível por entendermos que o conhecimento é fruto da ação do homem com a maturidade neuropsicológica de seu tempo presente, visto que o conhecimento se desenvolve por degraus de uma forma dinâmica, nunca permitindo a permanência da pessoa em um degrau, pois evoluir é um processo natural e torna-se compatível com o aumento da idade, elevando a mente sempre a novos desafios, onde aprender é uma necessidade e um fascínio em qualquer momento cronológico. Isso significa avançar na direção da eterna aprendizagem, colocando em transformação constantes as etapas do desenvolvimento cognitivo do ser humano desde sua vida pré-natal até o fim de sua vida, pois aprender é viver...

Em Belém a escola foi Dirigida pela Pedagoga Oldemira Abreu da Costa, tendo como professores Regina Costa, Marline Gaspar e Simone, além de um grupo de estagiários. Nesse período inicial de nossa atividade educacional trabalhávamos com pré-escolar e alfabetização.

No ano de 1996 a escola mudou-se para o município de Santarém, região oeste, no Estado do Pará, onde fixei residência, sendo que a escola passou a ministrar cursos e treinamentos na abordagem construtivista e assim conseguiu montar seu quadro de professores, buscando oferecer um ensino com um Projeto Político Pedagógico fundamentado na obra de Jean Piaget e Emília Ferreiro, esta formada em Psicologia, concluiu seu doutorado sob a orientação de Jean Piaget.

A riqueza teórica produzida por esse encontro genial entre Piaget e Emília nos possibilitou muitos anos de pesquisa e aprimoramento da proposta pedagógica no ato construtivo de fazer e analisar o resultado alcançado, possibilitando uma eterna construção e reconstrução do discurso e da prática no universo chamado aprendizagem humana.
           A escola começou integrativa, o termo inclusão ainda não estava inserido no dia a dia do meio acadêmico brasileiro, visto que o país havia acabado de assinar a Declaração de Salamanca, realizada na Espanha, sendo essa a principal Conferência Mundial de Educação Especial, onde 88 países e 25 organizações internacionais, em assembleia, reafirmaram o compromisso com a Educação para Todos, durante os dias 07 e 10 de junho de 1994.
Esta declaração reconhece a necessidade e urgência do providenciamento da educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e reendossa a Estrutura de Ação em Educação Especial...
Entre os princípios proclamados pela Declaração estão:
toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades;
escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
           A Escada do Tempo iniciou sua atividade educacional tendo como base filosófica os conceitos definidos pela Declaração de Salamanca, deslumbrando uma condição real de educação para todos, construindo um Projeto Político Pedagógico direcionado do Pré-escolar a Alfabetização, mais tarde a 1ª série do ensino fundamental, tendo como princípio o Construtivismo Piagetiano, à luz Integrativa e mais tarde Inclusiva.
            Assim, nosso pensamento e prática educacional se direcionaram a uma pedagogia que respeitasse o direito da criança portadora de deficiência mental, como denominada na época, bem como, tínhamos crianças portadoras de algumas deficiências físicas ou neurológicas, possibilitando que essas crianças pudessem estudar com crianças que não tinham essas características em seu aspecto físico e mental.
Quando assumi a gestão escolar e financeira da Escada do Tempo, mantive os ideais acima citados e isso foi possível graças a paixão eterna por minha mãe, conseguindo dessa forma homenagear e agradecer a ela tudo que fez por mim e meus irmãos no sentido de possibilitar a todos nós uma educação escolar exemplar. Minha bela mãe, Maria de Nazaré Nunes Lima, foi uma incansável professora primária, que se dedicou de maneira competente a educar crianças em inúmeras escolas, sem nunca ter perdido seu encantamento profissional pela nobre condição de ser professora. Conseguiu educar todos seus filhos naturais, com muita luta e renuncia pessoal, deixando sempre transparecer seu compromisso familiar e profissional, pois trabalhou muito, porém não deixou faltar ternura e convicção de que a educação muda o patamar da vida social da família. Nos momentos mais difíceis, ela foi à inspiração para superar os problemas, pois incansavelmente revelava sua preocupação com a pouca dedicação da escola às crianças portadoras de necessidades especiais, visto que quando se fala em escola inclusiva, essa ainda hoje é assediada por fortes preconceitos de que crianças com deficiência devem ficar longe de crianças sem deficiência.
Assim se estabelece um preconceito cultural que implica em uma fala de que crianças com nível inferior de inteligência atrapalham a aprendizagem de crianças com o nível mais elevado, dessa maneira a sociedade procura deixar claro que a causa da escola inclusiva é um problema e não uma solução. A desigualdade social é iniciada e legitimada pela escola, que deviria ser para todos em respeito ao art. 205 da Constituição Federal Brasileira. Quero lembrar que a Escola é uma instituição social criada pelo homem para repassar informações dos conhecimentos acumulativos de natureza do ato de pensar e do fazer do homem em sua sociedade.
Quando a escola ancora-se na concepção excludente, ela se torna uma pilastra mestra do capitalismo, pois qualifica apenas aqueles que podem reproduzir o capital, tornando-se força de trabalho. Mas por outro lado, quando a escola se permite pensar o homem em uma dimensão sistêmica, essa passa a se preocupar com a formação social das pessoas portadoras de deficiência mental, permitindo um avanço de socialização que objetiva o bem estar social do indivíduo e de sua família, pois trabalhar é um valor social importante, porém um ser humano ser amado por sua família e viver com dignidade, mesmo sendo diferente, é essencial para todos que conhecem essa realidade existencial.
A maioria das escolas brasileiras está preocupada apenas com a produção do capital, produzir riqueza material, o que não deixa de ser relevante, visto que o sistema econômico mundial é a soma da produção, com a hora de trabalho que resulta o capital, descontando a menos valia, que é o fator gerador do lucro.
Muitas escolas alegam não poder fazer parte da questão inclusiva e assim proporcionar uma educação para todos, fugindo do debate e da responsabilidade acadêmica de aceitar a diferença como condição da vida de ser diferente. Para essas escolas, a deficiência é uma exclusão natural; não sendo produzidas por elas, logo não faz parte de seu debate e de sua ação acadêmica.
O Centro Educacional Escada do Tempo lutou por 12 anos contra o absurdo e a ignorância que ainda perdura no dia de hoje, quando se fala de escola inclusiva. Apesar do tempo que o Brasil assinou a Declaração de Salamanca, este país ainda não demonstra ter vontade de praticar uma política pública educacional que ajude a construir um plano de ação pedagógica capaz de avançar no caminho da inclusão, diminuindo e muito a exclusão da criança portadora de necessidade especial, visto que qualquer ação intencionada ou realizada pelos órgãos governamentais nesse sentido, logo ganha um forte complemento de marketing político partidário, explorando com isso o assunto para retirar dividendos eleitorais, pois quando se visita essa escola, um ano após sua inauguração, proclamada em comercial nacional via televisão e rádio, observa-se do que foi dito na publicidade inaugural, pouco se encontra em plena atividade oferecida aos alunos que ali estão matriculados. Porém vale insistir no discurso de que é necessário fazer uma escola inclusiva brasileira, para o bem estar de todas as famílias que possuem filhos com dificuldades de aprendizagem, seja qual for sua condição física ou mental.
O Brasil fala do assunto, mas não oferece condições para que a questão seja pelo menos tratada com respeito, tendo maior valor científico, visto que a maioria dos professores que hoje recebem crianças com necessidades especiais em sua sala de aula revelam não ter conhecimento técnico de como poder atender a essa criança, chegando a ter receio de atender esse aluno. Esse fato faz da escola um lugar de exclusão institucional legitimada por força da falta de treinamento e de avanço teórico nessa questão, que é tão seria e necessária, visto que a criança portadora de deficiência não fez escolha, apenas está obrigada a conviver com a escolha feita sobre ela por parte do poder público, que produz assim uma questão de elitismo e consequentemente de segregação social.
Consciente de que o processo de aprendizagem está inserido na ação sócio educativa da criança com outras crianças, onde a diferença não é apenas ser diferente, mas sim uma singularidade de comportamentos revelados pelos aspectos motor e perceptivo que cada criança tem como explorar, passando a desenvolver de acordo suas habilidades, com sua condição própria. Este fator possibilita uma maior riqueza cognitiva social.
O Centro Educacional Escada do Tempo, visando praticar o construtivismo de uma forma ampla, desenvolveu inúmeros Projetos Pedagógicos que visavam uma maior proximidade entre alunos, pais, professores e comunidade, expandindo a ação educativa à realidade social da criança para além da sala de aula. Entre essas atividades estavam:
1ª - Amostra de Teatro, que objetivava levar a criança a interpretar seu personagem em condição de movimento, linguagem e representação social.
2ª - Projeto Escada Dance, que objetivava ensinar a criança o manuseio do dinheiro em uma sociedade de consumo.
3ª - Feira de Ciências, que objetivava levar a criança a experimentar alguns fenômenos físicos simples do seu dia a dia.
4ª – Projeto Sonhinho na Escola, que objetivava elevar o nível emocional e maturacional, visto que a criança chegava ao final da tarde ou início da noite, consciente de que iria dormir na escola sem a presença de pais ou responsáveis.
Esses projetos eram realizados uma vez por semestre, em meses diferentes, contemplado no calendário escolar.
5ª - Projeto Voz e Violão, que objetivava elevar o nível de comunicação verbal e corporal das crianças. Este era realizado uma vez a cada 15 dias, por um verdadeiro amigo da escola, meu estimado amigo, Balá, Poeta e Compositor Oriximinaense. 
 
 









 Além desses projetos, a escola realizava visitas a logradouros públicos e outras escolas com eventos culturais, mas também realizava suas festas como: Carnaval na Escola, Dia das Mães, Festa Junina, Dia dos Pais, Dia da Pátria e Festa de Natal.
Uma escola construtivista e inclusiva é possível, porém exige estudo constante e comprometimento da equipe de educadores como um todo, na linha da eterna pesquisa dos saberes Piagetiano e de Emília Ferreiro. Faz-se necessário estudar as estruturas mentais da Teoria Piagetiana, além de estudar e compreender a psicogênese do conhecimento e seus estágios (nível sensoriomotor de 0 a 2 anos, I nível pré-operatório de 2 a 4 anos, II nível pré-operatório de 5 a 6 anos-II substágio, I nível de estágio de operações concretas de 7 a 8 anos, II nível de operações concretas de 9 a 10 anos e operações formais de 10 a 12 anos), que passam por analisar o aspecto motor, verbal e mental da criança.
Uma prática construtivista implica em permitir a ação de construir, aceitando ver a criança como o centro e o agente do processo de aprendizagem, sendo esta, o sujeito ativo dessa busca, sua inteligência se expande e se desenvolve na construção de uma ação singular, representando sua compreensão cognitiva momentânea.
Para Jean Piaget, o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico, visto que a inteligência não pode ser separada do organismo como um todo. Assim, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelos meios que os cercam. Logo, a inteligência é resultado de exercícios e de uma constante busca de aperfeiçoamento das potencialidades do indivíduo.
Para Emília Ferreiro as crianças não aprendem do jeito que foram ensinadas. Sua teoria abriu uma nova forma de pensar a ação do professor-facilitador diante do aluno-sujeito, demonstrando que o ato de aprender está ligado diretamente à capacidade da inteligência da criança e não a do professor que pensa em ensinar.
O saber de uma criança se faz presente diante do professor, que ao valorizar sua iniciativa verbal, de escrita ou lúdica, se preocupa didaticamente em expandir tal fato, respeitando a condição cognitiva apresentada pela criança no ato da construção do conhecimento, e sendo sabedor de que o limite não existe para quem se propõe a aprender e nem para quem se propõe facilitar a aprendizagem, sendo esta a principal função do professor facilitador.
A inclusão escolar depende das respostas que a escola é capaz de organizar, as quais serão mais eficazes se houver formação que ajude o corpo docente a ponderá-las (ECCOS-pg. 481)”.
Construir é um ato de riqueza e individualidade humana, que se universaliza a partir do respeito à diferença de poder ser diferente.

"Precisamos Construir uma Escola Construtivista e Inclusiva de qualidade para desenvolver a Inteligência da criança brasileira!"

Prof. Mauri Gaspar.

Referência bibliográfica:
ECCOS – Revista Científica, São Paulo, v, 10. P. 480, jul./dez.2008.
FERREIRO. Emília – Alfabetização em Processo. Ed. Cortez, São Paulo.
PIAGET. Jean – Epistemologia Genética. Martins Fontes. São Paulo. 2002.

terça-feira, 20 de março de 2012

DVD disponível à Venda.

1º - Relacionamento Interpessoal na Empresa.

Destina-se a Gestores de Recursos Humanos, Empresários e Acadêmicos.


Temas abordados:

1º - Estratégia de Atendimento ao Cliente;

2º - Ambiente de Trabalho saudável;

3º - Mercado Competitivo;

4º - Desenvolver o Capital Intelectual;

5º - Eficiência em Recrutamento e Seleção;

6º - Dinâmica do Poder na Empresa;

7º - Conflitos Interpessoais;

8º - Relações Trabalhistas;

9º - Assédio Moral.

Duração de 42 minutos, podendo ser utilizado em Reuniões Empresariais, Treinamentos, Palestras, Cursos, Disciplinas de Nível Superior nas áreas de Administração, Contabilidade, Psicologia Organizacional, etc...

Esse trabalho é resultado de uma Entrevista de Televisão no Programa Ponto de Vista, do Jornalista José Ibanes na Redetv News, canal 7, Santarém – Pará.


2º - DVD - Motivação e Carreira Profissional.

Temas abordados:

1º - Auto-estima e Carreira Profissional;

Revelo a importância da Auto-estima enquanto um traço determinante da personalidade, capaz de conduzir ao sucesso profissional.

2º - Visão de Futuro nas Organizações.

Analiso o sucesso das grandes Empresas a partir da Visão de Futuro de seus Gestores, quando compartilhada de forma objetiva e positiva, com os Recursos Humanos.

16 minutos de duração, devendo ser utilizado em Reuniões, Palestras e Mini-cursos, além de debates sobre o tema em salas de aulas acadêmicas.

Preço por Unidade: R$ 25.00

Faça seu Pedido: prof.mauri@hotmail.com

Entrega Grátis Para Todo o Brasil.

Forma de Pagamento: depósito bancário Banco do Brasil, Ag. 1232-7 - Cc - 59991-3, Roseane Maria Sousa Mota.

HSBC - Ag. 1051- Cc - 00273-23, HSBC, Mauri Nazareno Lima Gaspar.

Atualmente Trabalho para Universidade do Estado do Pará - UEPA.

O Próximo Já Está em Fase Final de Edição. Aguardem...!!!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Jean Piaget: Considerações Bibliográficas

Jean Piaget, nasceu em 9 de agosto de 1896, na cidade de Neuchâtel, parte ocidental da Suíça. Neto de Avô monarquista, sendo filho de Arthur Piaget (1865 – 1952), intelectual, professor de Literatura Comparada e Diretor do Arquivo Público, em 1894, tornou-se por convite, professor da Academia de Neuchâtel, após publicar trabalhos científicos sobre escritores medievais. Assim, Jean Piaget descreve a importância de seu pai, “homem de espírito retilínio e crítico, que não gostava de generalizações apressadas e não tergiversava em enfrentar uma polêmica quando percebia que a verdade histórica fosse desfigurada por respeito a tradições”.
Esses traços de personalidade mais tarde serão desenvolvidos por Jean. Porém, esse filho cientista de Arthur, empenhou-se menos na preservação da verdade histórica do que na defesa de fatos empíricos contra teorias puras.
Sua mãe, Sra. Rebeca Suzanne (1872 – 1942), de descendência inglesa, ao contrário de Arthur, a-religioso, era luterana. E assim Jean foi batizado e iniciado no ensinamento religioso de sua mãe, fruto da vontade materna.
A relação do pai, agnóstico, com a mãe religiosa, desde muito cedo representou para Jean um conflito entre ciência e religião, compondo-se em uma experiência cuja a clarificação se constituiria uma de suas preocupações existenciais.
Além dessa diferença de estrutura de valores pessoais, Jean percebia sua mãe como uma senhora de majestosa inteligência, firme em suas decisões, o que ele classifica como enérgica, efetivamente uma postura de bondade, porém sem mimar seu filho com afeto materno. Assim o próprio Jean se classificava com um temperamento neurótico, isso dificultava sua vida familiar enquanto filho.
Em função dessas questões familiares, desde muito jovem gostava de Psicologia, Psicanálise e de sua forma de tratamento, a psicoterapia. Isso influenciou sua busca em elaborar uma teoria própria, preferindo atuar no campo da investigação de casos normais e do funcionamento do intelecto, do que o estudo das “ciladas” do inconsciente.
Sua instabilidade familar, causada na área do relacionamento entre os pais e suas irmãs, resultou em um estado de ansiedade que se dirigia ao trabalho, bem como ocorreu com seu pai, pois a compulsão por ocupação tornou-se uma questão natural para desenvolver sua vida intelectual.
Sua ocupação social preferida foi vivenciada na escola, como estudante de ginásio, cedo abriu mão de seu caráter lúdico proporcional a sua idade, revelando interesse por mecânica (a lógica), depois por pássaros e mais tarde por fósseis. Passou a escrever com muita dedicação, chegando a escrever um esboço do projeto de um automóvel impulsionado a vapor, isso mesmo, a vapor.
Em seu segundo escrito, nasceu um perfil de biólogo, onde começou a escrever sobre “os nossos pássaros”. Porém, seu pai, Arthur, que adorava coisas concretas, observava que Piaget ao escrever sobre esse assunto estava apenas copiando, produzindo sem originalidade seu texto. Esse episódio fez com que o mesmo se dedicasse ainda mais aos estudos e com apenas dez anos conseguiu escrever algo de tanto valor científico para a época, passando a ter reconhecimento diante da Sociedade dos Amigos da Natureza de Neuchâtel e Arredores, publicando “A Observação do Pardal Albino”, 1907, em revista científica.
Especializou-se em lesmas lacustres, seu artigo foi publicado em 1909, aos 13 anos. Neste artigo revela que havia mudança do comportamento do animal, quando o meio ambiente se alterava e assim procurou explicar as causas desse fato diante de observações diretas dos animais em pesquisa.
Em 1913, foi preciso encontrar um novo responsável pela coleção de moluscos, que incluía a coleção de J. B. Lamarck (1744-1829), tendo o nome de Piaget sido cogitado, porém, como faltavam dois anos para terminar seus estudos secundários, ele preferiu não aceitar o convite.
Depois de um ano do término do ano letivo, em 1916, Piaget tinha publicado 35 artigos científicos em revistas e jornais especializados com divugalção internacional.
A Psicologia do Desenvolvimento se fez presente em sua vida científica, tanto de suas observações com as lesmas lacustres, quanto as questões de adaptação ao meio físico na cor, na forma e no comportamento. Tornando relevante descobrir se as mudanças na organização e no comportamento biológico são oriundos da adaptação e se podem ser transmitidas aos descendentes, concentrando seus estudos na classificação das lesmas lacustres (da espécie Limnaea). Esta tarefa despertou-lhe o interesse pela questão filosófica da existência das classes biológicas, inclinando-se a admitir que ocorria uma transição entre caracteres hereditários e flutuantes. Isso personifica e direciona seu trabalho científico na categoria de evolucionista, aproximando seu conhecimento à teoria de Lamarck. No período de 1912 a 1914 envolveu-se em uma disputa científica com o pesquisador polonês Dr. W. Roszkowski, em setembro de 1912, em função de uma conferência realizada na Sociedade dos Amigos da Natureza, onde Piaget negou a “realidade” das espécies biológicas. Essa discussão revela que o Dr. Roszkowski estava melhor informado, entre outras questões, o retorno do estudo às Leis de Mendel, 1900, com o aval de pesquisadores como Correns e outros, revelando que a hereditariedade se dá através de uma recombinação de unidades genéticas, contrariando a originalidade da ideia de Lamarck de que as variações fenotípicas possam ser transmitidas de forma hereditária. Esta discussão com a conclusão aqui apresentada, fez com que o jovem pesquisador Piaget postulasse uma maior maturidade em seu desenvolvimento intelectual direcionando de forma definitiva seu estudo com base no conhecimento genético.
Encaminhando seu madurecimento científico, Piaget passa a ler o filósofo francês Henri Bergson, intitulada “Evolução Criadora” – 1907, por influência de seu padrinho, o escritor francês Samuel Cornut, que objetiva com isso ampliar o pensamento do jovem cientista diante do mundo a sua volta, fazendo um convite de ir além molúsculos.
Esse episódio é importante para influenciar Jean Piaget a encontrar uma relação estreita e necessária entre Deus e a Ciência, porém, o polêmico jovem cientista em sua primeira abordagem da filosofia de Bergson, se coloca como crítico desse pensamento, pois não acreditava ainda na tese de Bergson que discutia sobre as diferentes explicações da mudança das espécies, em voga à época e que o filosófo chama de “élan vital”.
No entanto a filosofia mais uma vez convenceu aqueles que nela se debruçam para discutir o campo do conhecimento humano e com Piaget não foi diferente, pois em “Evolução Criadora”, o jovem cientista encontrou um desafio, no qual caracterizava em buscar na Biologia, o campo em que a religião e a ciência se encontram e que a própria vida é um processo em criatividade na concepção piagetiana, bem como seu crescente interesse pela gênese do novo.
Em sua experiência com a obra do filósofo Bergson, Piaget revela em sua autobiografia essa importância quando descreve: “lembro-me da noite em que experimentei uma revelação profunda: a identificação de Deus com a própria vida era um pensamento que em mim quase chegou a provocar um êxtase, porque daí em diante me permitiu ver, na Biologia a explicação de todas as coisas e do próprio espírito” (1952,19).
Por força dessa influência, Piaget segue a trajetória de Bergson e se coloca de forma crítica as concepções do Darwinismo e Mutacionista. Sua justificativa para tal postura está na seguinte explicação: se a evolução deriva de uma cadeia de mutações cujas causas não se encontram no interior dos seres vivos, o desenvolvimento das espécies não pode passar de um jogo de forças externas e, em última análise, meramente fortuitas, ao contrário do que Bergson ensinava.
Acompanhando seu interesse pela Biologia, a Filosofia se fez presente em grande parte de sua leitura pessoal, autores como Kant, Spencer, Comte entre tantos outros o ajudaram a pesquisar o desenvolvimento humano e a formentar a teoria do conhecimento, aprofundando questões de como a experiência se reflete no desenvolvimento da matemática e da lógica, bem como o desenvolvimento das diferentes formas de conhecimento e pensamento científico como horizonte de problemas.
Adepto a Bergson, inicialmente acreditava Piaget, que a lógica e a matemática seriam inadequadas para o entendimento dos processos vitais. Mais tarde, com a ajuda de seu professor de Filofosia, Arnold Reymond (1874-1958), teólogo que escreveu sua Tese de dourorado sobre a Filosofia do Número, e que publicamente criticava, em suas aulas, as convicções de Bergson, onde defendia em seu discurso a predominância da matemática, irritando profundamente seu novo aluno do Ginásio, Jean Piaget.

Essa proximidade e influência do agora professor de filosofia, foi determinante para que Piaget escrevesse dois ensaios que mediavam uma relação entre a Biologia e a matemática: “Esboço de Um Neopragmatismo”, onde expõe o pensamento à uma “lógica da ação”; e o “Realismo e Nominalismo nas Ciências da Vida”, onde esboça o seguinte pensamento: “Defendia ali uma espécie de (...) filosofia da totalidade, discutia a realidade das espécies, dos gêneros, etc., assim como indivíduo sob o aspecto de um sistema organizado. Minha intenção primordial era nem mais nem menos do que construir a fundamentação de uma nova ciência dos gêneros, que deveria distinguir-se da ciência das regras e justificar com isso a dicotomia bergsoniana entre o vital e o matemático, a que continuava me atendo” (1965,17).
Tal influência do pensamento do professor Reymond, leva Jean Piaget a compreender que o problema do realismo é idêntico na lógica e na biologia. Com isso, sua convicção de que a Biologia e a Matemática seriam inconciliáveis, desmorona para sempre em seu pensamento científico. E assim escreve Piaget: “entendi repentinamente que em todos os níveis (célula, do organismo, da espécie, dos conceitos, dos princípios lógicos, etc.), o mesmo problema das relações entre a parte e o todo volta a apresentar-se. Agora, sim, estava convicto de que encontrara a solução biológica, com que sonhara e a possibilidade de uma epistemologia que finalmente se me afigurava como científica” (1952,21).
Através do Professor Reymond, Piaget tomou consciência de que Aristóteles (384-322 a.c.) não só classificara as espécies animais que lhe eram conhecidas, mas também analisara as relações lógicas entre as classes, e sobre tal conhecimento fundou a sua silogística. Assim, na antiguidade, a concepção de classes estabelecia o liame entre o pensamento lógico e o biológico.
Para Piaget, esse princípio possibilitava classificar as espécies biológicas à lógica das classes, como o domínio da matemática diz respeito, evidentemente, aos fundamentos da Biologia. Assim, criou uma concepção chamada círculos das ciências onde revelava a seguinte compreensão: A Biologia embasa a Psicologia e, além desta, a Lógica e a Matemática; porém, ambas embasam a Física e a Química, que por sua vez embasa a Biologia.
Em busca de um constante estudo e permanente desafio em conhecer, Piaget terminava seu estudo secundário em 1915, indo estudar Biologia em Neuchâtel, tenta se aproximar mais ainda da filosofia, fazendo um estudo interdisciplinar. Neste mesmo período, se envolveu com a Associação Cristã da Suíça, e por força de tanta ocupação acabava comprometendo seu estado de saúde, sendo afastado por ordem médica de todas as atividades que estava iniciando (outono de 1916).
No outono de 1918, entregou sua Tese de Doutorado, sobre os Moluscos do Cantão Suíço de Valias. Neste período, passou a ter divergências com o professor Reymond o que implicava em um afastamento da amizade, restando assim poucas condições para que Piaget conseguisse escrever uma Tese de Ordem Filosófica, como havia planejado.
Viajou para Zurique, onde pretendia se formar em Psicologia Experimental estudando com F.G. Lipps. Passou a conhecer pessoalmente fortes representantes do pensamento Psicanalítico, como E. Bleuler (1857-1939), médico psiquiatra, e seu assistente nada mais, nada menos que Carl Gustav Jung (1875-1961). Este contato, o distancia da Psicologia Experimental e o aproxima da introspecção humana.
Em Zurique aprofundou seus estudos em Psicanálise, tornando-se um especialista, indo fazer uma conferência em dezembro de 1919, na Societé Alfred Binet, em Paris, fornecendo sua contribuição para o desenvolvimento da Psicanálise na França.

Continuou seus estudos em Psicanálise, realizando palestras públicas sobre o tema, e em 1920 associou-se a Sociedade Suíça de Psicanálise, onde atuou até 1936. Esteve presente no Sétimo Congresso Internacional de Psicanálise, na presença de Sigmund Freud, isso mesmo, onde falou sobre paralelos entre a atividade simbólica do sonho e o pensamento da criança na presença do Mestre Psicanalista. Para Piaget, assim como o sonho, o pensamento infantil seguiria o princípio da superdeterminação, inclinando-se em consequência disso para a contradição. Essa influência vai aparecer em suas primeiras obras sobre Psicologia do Desenvolvimento.
Um exemplo desse momento acadêmico em sua vida é a Tese de Piaget, de que na criança do pré-escolar o pensamento se encontra “a serviço da imediata necessidade de satisfação ou na terminologia freudiana, do “princípio do prazer” e seu “transcurso espontâneo” é a ”quase alucinante fantasia”. Porém, sentiu necessidade de tratar de problemas concretos e assim retorna a Cantão de Valais, voltando a pesquisar sobre moluscos com a convicção de que precisa complementar sua conclusão de Tese. Em 1929 publica os resultados alcançados em dois escritos, sendo que uma das publicações continha 260 páginas de suas pesquisas Biológicas.
Fica claro que existe um Piaget Psicólogo que vai buscar sua formação a partir dos estudos realizados na Universidade de Paris, onde ingressa no Curso de Psicologia e vai estudar com o Professor J. Janet e G. Dumas, H. Piéron e H. Delacroix, esses três últimos citados Piaget vai estudar Psicopatologia. Curioso e estudioso, essas características pessoais fizeram com que Piaget produzisse seus primeiros artigos de Psicologia do Desenvolvimento, onde procurava aguçar seu conhecimento sobre o mundo infantil, buscando compreender o porquê das respostas “falsas” das crianças, através da investigação de “atos falhos” na concepção psicanalítica do termo.
Assim seus primeiros escritos revelaram uma busca em analisar a capacidade da criança compreender a parte e o todo, na idade entre 9 e 10 anos, no qual observava que as mesmas não entendiam que um ramalhete de flores não é amarelo, quando só em parte é composto de flores amarelas.
A convivência científica de Piaget com a Cidade Luz vai durar um ano e meio, porém foi um período de muito avanço intelectual para o jovem cientísta em função de ter estudado Psicopatologia, Psicanálise, Lógica e Filosofia e esse fato interdisciplinar de sua formação vai permitir um aprofundamento maior na questão da Psicologia do Desenvolvimento... Assim Piaget revela em sua autobiografia a influência desse período parisiense em sua vida: “Finalmente, era objetivo meu descobrir uma espécie de embriologia da inteligência, adequada a minha formação biológica. Desde o início de minhas reflexões teóricas, estava convencido de que o problema das relações entre o organismo e o meio ambiente também se apresenta no domínio cognitivo, e ali aparece como o problema das relações entre o sujeito operatório e pensante e os objetos de sua experiência. Eu tinha a oportunidade de examinar esse problema à luz das noções da psicogênese (= o desenvolvimento das faculdades psíquicos e intelectuais” (1952,26s). “Afinal descobrira o meu campo de investigação” (ibidem).
Assim, Piaget descobre seu percurso científico, que será conquistado com o avanço contínuo de seu conhecimento interdisciplinar e sua destemida vontade de descobrir o novo a partir da observação detalhada e frequente da vida animal em estudo.
A psicologia veio ao encontro dos interesses de Piaget ainda por outra característica: “ Na psicologia ainda nos é dado descortinar um campo de trabalho tão desconhecido que a qualquer tempo e com rapidez se pode nele descobrir algo novo... De outra parte, a biologia se sobressai por estar um século à frente da psicologia, de sorte que se faz necessário maior trabalho para conquistar novos espaços no campo da biologia!”(Bringuier, [3].21).
Piaget formula a seguinte questão: “Como é possível chegar-se a algo novo? Talvez seja este o meu questionamento central”...
Em 1921, Piaget vai trabalhar no Instituto Jean J. Rousseau em Genebra, exercendo a Função de Assistente Superior. Esse retorno é possivel em função do convite do Psicólogo de Educação Edouard Claparède, sendo este instituto destinado a formação de professores.
Ao assumir sua nova função, Piaget ainda vai estudar e fazer psicoterapia na abordagem Psicanalista, tendo como terapeuta Sabina Spielrein, aluna e, antes disso, paciente de C.G. Jung. Assim, durante oitos meses, todas as manhãs as oito horas, deitava no divã. Depois realizou análise de dois casos clínicos, sua influência em estudar Psicanálise despertou o interesse de sua irmã, Marthe Burger-Piaget que se tornou Psicanalista profissional.

Publicações Piagtianas e sua relevância no estudo da Psicologia do Desenvolvimento.
ü Em 1923 publica seu primeiro livro “A Linguagem e o Pensamento da criança”;
Aqui é importante citar que graças ao trabalho realizado em Genebra, no Instituto J.J. Rouseau, ele encontrou o amor de sua vida, a jovem Valentine Châtenay, casou-se em 1924 com sua ex-assistente de pesquisas, tem três filhos com a mesma, sendo Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931).

ü Em 1936 publicou “O Nascimento da Inteligência na Criança”, aborda a questão dos reflexos inatos;
ü Em 1937 “A Construção do Real na Criança”, desenvolvimento intelectual, consciência dos objetos, espaço e tempo;
ü Em 1945 “A Formação do Símbolo na Criança, interação entre representação e pensamento”. Obras inspiradas na observação de seus filhos.
ü No período de 1925 a 1939 sua bela formação interdisciplinar, irá possiblitar que Piaget consiga trabalhar com as seguintes discilinas: Psicologia, Sociologia, Filosofia e História do Pensamento Científico em Neuchâtel e Genebra.
ü No período de 1940 a 1943, presidiu a Sociedade Suíça de Psicologia e editou a revista Suíça de Psicologia. Com a morte de Claparède (1940), tornou-se sucessor do professor de Psicologia e diretor do laboratório de Psicologia, até sua morte.
ü Em 1946 Após a 2ª Guerra, participou da criação da UNESCO, órgão das nações unidas para o desenvolvimento da Educação, Ciência e Cultura;
ü Em 1950 publicou “Introdução a Epistemologia (Teoria do Conhecimento) Genética”;
ü Em 1952 escreveu sua auto biografia, aos 67 anos, revelando seus eventos de interesses biográficos que influenciaram sua obra; Neste mesmo ano, iniciou seu trabalho de professor da Universidade de Sorbone, na França, lecionando na mesma até 1963.
ü Em 1955 em Genebra, fundou e dirigiu o Centro Internacional Especializado em Epistemologia Genética, destinado à realizar pesquisas interdisciplinares sobre Formação da Inteligência, onde permanece até a data de seu falecimento.
ü Em 1967 escreveu “Biologia e Conhecimento”, considerada uma de suas principais obras;
ü Em 16 de setembro de 1980, faleceu em Genebra, aos 84 anos de sabedoria.
“Piaget Cientista, só encontrou o caminho ao descobrir que no estudo da Inteligência Infantil, a Biologia se vincula à Filosofia das Ciências Naturais e ao Comportamento Humano, tornando a sua obra imortal e academicamente pronta para continuar sendo analisada”.
Professor Mauri Gaspar.

Referência Bibliográfica
KESSELRING, Thomas.
Jean Piaget – Tradução Antonio Estevão Allgayer e Fernando Becker. Petrópolis, Rj – Editora Vozes – 1993.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Gratidão e Riqueza na Educação.


Obrigado, Professor Mauri Gaspar

Mais que professor...

Um exemplo de vida,

Um verdadeiro educador!

Mais que reserva de conhecimentos,

Um transmissor de Sabedoria,

Incentivo à Cidadania!

Nestes anos, ao longo desta trilha,

Fiz do conhecimento irmãos,

E os vi crescer, ao longo desses dias,

E vi nascer um sonho, a várias mãos!

Mais que politicas aprender,

Eu vi nascer da vida uma canção

E onde há tantos sonhos abortados,

Sem o direito de nascer...

Vimos tantos deles ser plantados,

E os sentimentos florescer...

E aprendermos que não há futuro marcado,

Mas uma esperança que nos espera para se fazer!

E se pudemos aprender tanto com você,

Se estas aulas trouxeram tanto encanto;

É que não temestes dividir conosco teu pranto,

Nem tentastes ser invulnerável, mas pudeste ensinar e aprender;

E o que antes parecia insuperável,

É só mais um obstáculo a vencer!

Por cada palavra, que vieste compartilhar;

Por mostrar-se como nós, ao nos lembrar.

Que és ainda aprendiz diante da vida.

Por cada lágrima vertida;

Por dividir conosco sua história:

As lutas, as perdas, não somente a glória!

Por dividir seu amor pela educação,

E lembrar-nos como é grande a missão, que recebemos!

Por incentivar a reflexão,

E a paixão, em tudo aquilo que fazemos!

Por abrir para nós seu coração

Por tudo, todos nós te agradecemos!

Mesmo sabendo que há a frente dura lavra,

Que cumpriremos com amor e fidelidade;

Crendo na força que existe na palavra,

Que semeia a mudança e a liberdade.

Descobrimos que é possível a educação de qualidade!

Não importa quão dura seja a luta que se trava!

Sem sacrifício não virá a bonança!

Mas com esforço ela chegará

O futuro em nossa mãos agora está!

E o encararemos com garra e confiança!

E no florescer desta esperança,

Você conosco permanecerá!

Foste para nós educador e amigo,

Lembraste-nos o valor de Educar;

Estas palavras deixem um pouco de nós contigo!

Estarás conosco pra sempre, no ato de ensinar;

Nos levando a refletir, aprender...Pensar!

Por isso, muito obrigada, professor Mauri Gaspar!

(Danielle Damasceno da Silva)

Professor sua amizade trouxe para nós muito mais do que poderíamos imaginar, todos aprendemos muito! E mais que isso, descobrimos nosso próprio potencial, os perigos e desafios da educação , nosso dever diante da sociedade e os nossos direitos, assim como os daqueles a quem ensinaremos, direitos por vezes surrupiados da maneira mois sórdida possível. E o conhecimento é a arma que adquirimos para mudar essa situação. Esperamos que haja mais oportunidades para continuar esse aprendizado.

Há tanto para agradecer... Pela sua sabedoria, carinho, espontaneidade, por toda alegria que pudemos compartilhar!... Por tudo isso, te dedicamos esse poema, assim como um carinho imenso que de nós conquistaste e jamais desaparecerá!

Turma de Licenciatura em Física

da Universidade Estadual do Pará,

Campus Salvaterra.

Eu, Mauri Gaspar, aproveito a oportunidade para agradecer as sinceras palavras, lembrando que no semestre passado, meu encontro com os alunos dos campus universitários da UEPA nas cidades de Xinguara, Santana do Araguaia, Jacundá, Barcarena, bem como Salvaterra me possibilitaram a incrível experiência de ensinar e aprender através da emoção Walloniana que permitiu desenvolver a inteligência ancorada na sensibilidade social estimulando a superação dos problemas existenciais, a partir do respeito mútuo e do reconhecimento da limitação humana, diante da realidade social revelada na obra Vygotskysiana.

A disciplina desse encontro, Políticas Publicas e Educação, nos permitiu uma reflexão sistêmica dos campos políticos e pedagógicos para muito além da legislação educacional vigente, pois o professor deverá vivenciar e assim enfrentar a dicotomia do prazer de estar em sala de aula, bem como o da desvalorização profissional e institucional ainda vivenciada no Brasil, provocando em muitos educadores um desgaste profissional que impossibilita o sentimento master em ser educador.

É hora de agradecer ao DEES da UEPA na pessoa da Profª Marli Almeida por ter-me permitido trabalhar com a citada disciplina e aos Coordenadores e Vice-coordenadores de Campus das cidades as quais trabalhei, relatando assim emocionado minha gratidão, por todos esses alunos que durante o segundo semestre de 2011 me permitiram renovar a alegria e a afetividade construtiva em ser professor.

Obrigado a todos!

Prof. Mauri Gaspar.