domingo, 27 de junho de 2021

Composição das Emoções Compartilhadas em Grupo

 

O texto abaixo foi inspirado em poemas e canções que expressam sentimentos, esperanças e desesperanças em frente às desventuras que nos são apresentadas. É uma composição das emoções compartilhadas pelo grupo, que se juntou para se fortalecer enquanto pesquisadores em construção.    

                                             




Frente aos caminhos e descaminhos da vida é preciso esperançar

Um dia o mundo parou

Sem qualquer aviso

A primavera não sabia que devia esperar

Apareceu sem nenhum atraso.



Norberto Eugênio era jogador piloto, artista, multifuncional.

Olinda Menezes amava o natal.

Pasqual Stefano dentista, pintor

Curtia cinema, mais um sonhador

Que na pandemia parou de sonhar.

 


Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais e até errado mais

Ter feito o que eu queria fazer

Queria ter aceitado as pessoas como elas são

Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.

 


[Então] ando devagar porque já tive pressa

E levo esse sorriso

Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte.

 


Vou vencer!

Seremos rápidos como um rio

Vou vencer!

Com força igual a de um tufão

Vou vencer! 

Na alma sempre uma chama acesa.


Que a luz do luar nos traga inspiração...







 

 

Créditos

BTS – Life Goes On

Bráulio Bessa – Inumeráveis

Titãs – Epitáfio

Almir Sater e Renato Teixeira – Tocando em Frente

Mulan (Disney) – Vou Vencer!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A Saúde Mental, Políticas Públicas, Covid-19 e sua Complexidade de Resolução no Dia a Dia entre às Nações.


 
        A saúde mental é vista como algo que pode e deve esperar dentro das urgências de políticas púbicas de saúde no Brasil e em muitos países no mundo atualmente. Aqui em nosso país, ela está prevista na Lei 36/98, e mesmo assim a política de saúde mental continua sendo desprezada, quando se fala em garantir o direito ou ampliar o serviço na rede pública...

"Família residente em Santarém, Estado do Pará, recorre ao Ministério Público para conseguir tratamento de esquizofrenia, ao ente querido de 37 anos”...

Por força dessa situação atual, a rede privada brasileira se apresenta como alternativa para quem pode pagar R$ 500,00 (quinhentos reais) por uma consulta psiquiátrica, demonstrando ter boas condições financeiras para buscar resolver um transtorno mental, ou um momento emocional que necessite de orientação. Logo, a chance de solução e bem-estar mental é maior, graças ao poder econômico... E quem não tem esse recurso?

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, temos no mundo quase 1 bilhão de pessoas vivendo com transtornos mentais. Eu considero esse número bastante distante do real, se analisarmos de uma forma holística a complexidade do processo geopolítico entre as nações atualmente, vamos distantes de uma solução universal, visto que ainda temos países onde grande parte de sua população vive na extrema pobreza, inclusive aqui, no Brasil, ou seja, são pessoas privadas de suas necessidades fisiológicas e sanitárias. Também ainda temos guerras, pois a indústria bélica mundial não pode ter prejuízos financeiros, e hoje, observamos que o Brasil quer vender armas à população em geral, sem à devida tributação e avaliação psicológica do proprietário, com o argumento de que todo cidadão tem direito a legitima defesa. Pense um pouco nisso...

É interessante não deixarmos de registrar que vivemos no país das chamadas balas perdidas, onde o resultado estatístico final demonstra um aumento no número de assassinatos dentro das favelas, tendo como consequência direta a dor da perda do entes queridos, e esse fato está presente no dia a dia dessas comunidades, e se isso não bastasse, essas comunidades são reféns das perversões de milícias armadas, e essas se caracterizam por serem grupos paramilitares capazes, inclusive, de financiar parte do processo eleitoral em nosso país, bem como promover uma ampla rede de crimes na esfera territorial de seu domínio social... E se não bastasse, ainda temos o uso de drogas de alto poder de destruição pessoal, fazendo com que seu usuário perca sua inclusão social, produzindo um amplo abismo de sofrimento psíquico no mesmo e em sua família.

Diante desse quadro político, social e econômico de extrema instabilidade na área de saúde mental, entendo que algo mais precisa ser observado para que possamos definir um número que corresponda à realidade de pessoas que realmente precisam de tratamento mental, visto que ao analisarmos as questões geopolíticas mundiais, e aqui entendemos essas questões como sendo um estudo detalhado que  objetiva interpretar a realidade global, envolvendo o por que das guerras atuais, conflitos de etnias, disputas ideológicas de extrema direita ou de extrema esquerda, questões territoriais como o aumento  das queimadas na Amazônia, questões políticas como as migratórias, acordos internacionais, que depois de assinados passam a ser disputados em tribunais internacionais, etc. Assim essas questões são graves e demonstram ser regidas por interesses comerciais que se colocam acima das necessidades humanas, produzindo um jogo de poder que se move o tempo todo em função da lucratividade e de benefícios aos seus investidores.

         Pensamos que com a chegada da Covid-19 o mundo político e social ficaria mais preocupado em cuidar das pessoas, porém o que estamos assistindo é que o modelo de domínio econômico entre às nações está persistindo, e assim percebemos que os países mais ricos compram a produção mundial de vacinas, cabendo aos países mais pobres, ter que esperar, sendo permitindo apenas o sepultar de seus cidadãos...

Alguns intelectuais de economia irão dizer que tem que ser assim mesmo, que isso é resultado da chamada lei de mercado. Porém, como justificar dentro do princípio ético que a vida humana deva ser regida pela lei de mercado? 

Na ética de Kant a autocoerção da razão propõe que se concilie dever e liberdade. O pensamento do dever impede a arrogância e o amor narciso, passando a ser o princípio supremo de toda a moralidade. 

Será que é a lei de mercado que está sendo prioridade nos Estados Unidos da América, visto que "o país das oportunidades" está massacrando os mais pobres, seus cidadãos, e o resultado demonstra que os guetos norte americanos estão perdendo mais ainda, sua pouca cidadania de inclusão vigente?...

Logo, tudo se agrava em função de que estamos diante de uma doença sanitária, Covid-19, e de poder devastador sobre a vida das pessoas, inclusive na área da saúde mental, por isso não vamos deixar de pontuar que os menos favorecidos economicamente estão pagando um preço de vidas humanas mais quantitativas, e penso que se a vaidade financeira entre as nações não for reduzida, nunca haverá uma real possibilidade de extermínio da situação da pandemia atual , lastreada no mundo todo, visto que o vírus já apresenta suas novas cepas, e assim tudo poderá piorar ainda mais, fazendo com que, todos os humanos, sejam refém de uma política de riqueza impostas por nações e seus investidores. Se isso tudo permanecer, teremos o declínio da solidariedade nas relações universais e o pleno desrespeito à vida humana nos países mais pobres.

Acredito que se não houver uma ampla cooperação financeira entre os países, sendo coordenada pela Organização das Nações Unidas - ONU e Organização Mundial da Saúde - OMS, nada será benéfico no futuro próximo, pois os números de hoje serão maiores amanhã, em uma escala avassaladora e crescente, sem deixar de fora nenhum ser humano existente no planeta terra viver o processo de luto causado pela covid-19, independentemente de suas convicções ideológicas, econômicas ou místicas...

Assim, sem ações profiláticas nas áreas sanitárias e de saúde mental, como uma política universal, não corrigiremos as extremas desigualdades entre às nações, e isso nos faz pensar que os transtornos mentais não poderão ser reduzidos, visto que onde existir uma fome fisiológica ou social, com redução da empregabilidade, por exemplo, isso promoverá uma ampla falta de assistência biopsicossocial, favorecendo às inúmeras faces das violências que conduzem os transtornos mentais, inclusive com o aumento do número de suicídio, que hoje sabemos que a cada quarenta segundos uma pessoa retira sua vida, e aqui vale lembrar que, esse fenômeno não tem pátria, mas tem uma rede extensa de sofrimento humano, mantendo assim, a porta aberta para o extermínio da dignidade e dificultando à valorização da vida.

Penso que esse momento brasileiro e mundial é muito delicado, visto que não possuímos certezas sobre os propósitos políticos entre às nações, e como consequências vagamos nas incertezas que nos fazem criar uma ansiedade coletiva o que agrava à questão de saúde mental.

Mas precisamos ter esperança de que todas as pessoas serão vacinadas e que a solidariedade, a ternura, e que as empatias ocorrerão nas relações diplomáticas mundiais o mais breve possível, para que assim possamos nos permitir sonhar com um quadro de saúde mental nacional e mundial menos extensivo e menos perverso no âmbito familiar.

A equidade humana só poderá ser dimensionada como ação universal se diminuirmos a liberdade soberba dos que exercem o poder atualmente...

E como cantava Gonzaguinha, na letra bela de O que é, o que é?

“Eu fico com a pureza das respostas das crianças...

É a Vida, É bonita, é bonita e é bonita”...

0brigado...