quinta-feira, 10 de março de 2022

Diabetes e Comportamento Humano.

              O Diabetes é uma patologia que se manifesta em seres humanos de qualquer idade, e aqui vamos tratar da pessoa humana e não entrarei nas manifestações clínicas que podem ocorrer em outros animais, em função de que quero colocar em evidências às questões norteadoras do organismo humano, no meio ambiente onde se constrói à convivência e seus eixos de relacionamentos interpessoais, familiares e sociais. Assim irei descrever os fatores psicológicos que devem ser observados no tratamento para que o mesmo possa permitir ações comportamentais que possibilitem buscar uma constante performance terapêutica, objetivando melhoria na qualidade de vida, pois sabemos que às demandas clínicas diárias das pessoas portadoras desse diagnóstico implicam em rotinas que alteram o cotidiano pessoal, e de seu ambiente como um todo. 

              Quando diagnostica essa enfermidade, o tratamento deve iniciar imediatamente respeitando toda a orientação médica. Porém por ser uma doença com prognóstico bastante reservado face as questões evolutivas clínicas, isso pode projetar na vida dessa pessoa expressivas mudanças em seus hábitos pessoais, refletindo em suas rotinas diárias, implementado e forçando inicialmente um processo de ajustamento da personalidade que até o momento do diagnostico a pessoa não tinha como imaginar o efeito dessas novas exigências comportamentais. Assim, rotina pessoal sofre mudanças repentinas, porém bastantes necessárias para que os propósitos traçados no plano terapêutico sejam os mais eficientes possíveis, permitindo uma condição de tratamento com maior êxito. 

              Como se diz no senso comum, "na teoria, tudo é muito fácil!" Logo, por não ser tão simples  todas essas mudanças, precisamos cuidar nos momentos iniciais do tratamento com muita convicção de que algumas situações serão realizadas com dificuldades na ordem interpessoal , visto que nas próximas situações comportamentais, o paciente poderá atuar com manifestações de resistências pessoais nessa fase primária, indicando claramente que ele ainda tem seus desejos e que em alguns momentos poderão aparecer como sabotadores do tratamento, e entre esses fatores de resistências, ocorrem o da dificuldade de vivenciar disciplinas quanto aos horários determinados para medicações, bem como comportamentos nutricionais que agora devem estar de acordo com às prescrições. Sabemos que mesmo assim, o portador procura de forma consciente executar parte de sua personalidade, expressando caprichos de seus méritos pessoais e isso pode gerar inúmeras discussões interpessoais, podendo gerar conflitos com parte dos familiares que estejam em convivência direta. Logo, às mudanças comportamentais irão impor novas formas de convivências em todas às áreas de vida desse indivíduo.

              Para que todas essas mudanças comportamentais possam acontecer o portador deve ter consciência de seu estado de saúde, sendo estimulado positivamente a ter muita perseverança, uma boa técnica para isso, é estimular que ele possa definir algo para executar em seu futuro próximo, sendo um manifesto muito significativo, como concluir um curso, viajar, se relacionar afetivamente, escrever livro, poemas, etc. Com isso, ele deve perceber que os momentos presentes fazem parte de uma travessia existencial que com muita disciplina e respeito para consigo mesmo, poderá aportar em um porto seguro mais carinhoso e realista. É importante lembrar do papel da família e dos entes queridos, visto que esses devem atuar de forma consciente nas dificuldades vivenciadas e assim possam permitir produzir um diálogo satisfatório e justo no enfrentamento do prognóstico.

                 Aqui observamos que essa doença afeta o estado psicológico da pessoa portadora e de seus familiares, sendo relativamente comum manifestações de ansiedade. Quando essas se tornam intensas, surge o transtorno de ansiedade, sendo que essa patologia se manifesta a partir das preocupações excessivas e constantes, onde o nível de tensão corporal manifesta inquietude referenciada por algo negativo ou ameaçador que a pessoa acredita que irá acontecer. Esse quadro pode fazer surgir sudorese e arritmia cardíaca, sendo essa uma condição caracterizada pela falta de ritmo nos batimentos do coração, e em alguns casos o paciente poderá precisar realizar uma avaliação médica ou psicológica.

                Depressão também pode se manifestar, surgindo em decorrências das situações de vida conflitiva ou restritiva na esfera social, emocional e laboral, podendo se manifestar por vários sintomas como dificuldades de relacionamento interpessoal, agressões verbais, isolamento social, insônia, perda de apetite, disfunção sexual, tristeza acentuada, bem como negação de querer viver momentos do cotidiano. Essa patologia precisa ser tratada, e em maior gravidade, a família deve buscar ajuda de uma equipe multiprofissional.

                Quanto as comorbidades, essas podem estar presentes e agravar o nível de socialização, além de questões específicas de clínica médica. Por isso, o processo avaliativo clínico de ser acompanhando por um especialista em função das variações que podem ocorrer durante toda vida. Analisar situações de riscos que possam evoluir para quadros complexos como cegueira, amputações, acidente vascular cerebral, declínio cognitivo, o que reflete ou mesmo pode agravar os processos psicológicos, trazendo à tona a necessidade de uma reavaliação multiprofissional, objetivando elaborar um plano terapêutico conjunto que permitirá a práxis de comportamentos em prol de um prognóstico que contemple à manutenção da qualidade de vida.

                E para concluir, quero afirmar aqui, que quando encontramos um diagnóstico, seja ele qual for, é preciso lembrarmos que esse reside em um corpo, e que esse corpo é a moradia de um ser humano que tem uma história de vida genética e socioambiental, e que e a soma dessas experiências evoluíram e formaram sua personalidade. Assim posso afirmar, que um diagnóstico não é maior do que a dimensão de uma personalidade, apesar de seu reflexo sobre a mesma. Vamos no aqui e agora, facilitar nossos relacionamentos com expressões de valorizem nossos afetos e que nos permitam ampliar nossa solidariedade e gratidão, para que possamos construir relações humanas mais saudáveis e pensamentos que possibilitem ampliar nossa qualidade de vida. 

                O Afeto é vitamina natural, muda uma vida, e clinicamente visa melhorar à resposta orgânica, possibilitando um prognóstico mais saudável e sereno.

                O compromisso deve ser de todos os envolvidos no tratamento do diabetes, incluindo pessoa diagnosticada, família, equipe clínica, pois só assim seremos capazes de acolher sem discriminar à natureza diagnóstica, analisando o efeito do prognóstico no comportamento humano e seu reflexo à qualidade de vida...

                Obrigado...

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