quinta-feira, 28 de abril de 2011

Educação Brasileira, Mercado de Trabalho e PIB.


   Passamos parte da nossa existência buscando visualizar como será nossa atividade profissional e para isso investimos a maior parte do tempo de vida, em busca dessa resposta.
Começamos a estudar aos seis anos, quem não fez pré-escolar, e vamos em busca de um conhecimento que é produzido por degraus em seriações que nos habilitam na descoberta da aprendizagem, oferecida em cada momento de nosso desenvolvimento intelectual e maturacional.

     A Educação Escolar é provida por etapas de aprendizagem, formando uma Escada do Tempo, onde as séries nada mais são do que subir degrau por degrau, sem pensar nunca qual será o último, mas sim o próximo, pois o jovem da quinta série ainda não dimensiona o aprendizado da oitava série, e sim a sexta série que está a sua frente, e assim por diante.


      Este fato revela que estamos sempre em um presente, constituído da experiência do passado, analisando nosso futuro, porém sem ter certeza de algo ou quase nada do que possa nos acontecer até atingirmos uma formação profissional, que poderá ser uma recompensa de nosso esforço ou um fracasso na ausência de estudos, incluindo aqui a possibilidade de ascensão ou redução do status social, pois a escola enquanto instituição se torna a legitimadora da inclusão ou exclusão através de seu sistema de avaliação permanente, que permite a ela a outorga do direcionamento de uma carreira profissional revelando em documentos emitidos a base do nível intelectual de uma pessoa, sem apresentar esse dado de forma precisa, pois nunca se sabe o real conhecimento de um ser humano, apenas sabemos que ele está sempre em expansão, quando se determina viver uma grande carreira profissional.
      Quando desperdiçamos o momento de estar vivendo essa educação acadêmica ou ela não nos é possibilitada, corremos o risco de comprometer o futuro profissional de um cidadão, pois Educação é a base do Desenvolvimento Humano para a Riqueza de uma Nação. Visto que o Produto Interno Bruto - PIB, soma de tudo aquilo que se produz, é proporcional ao Nível Intelectual de uma nação próspera e que apresenta melhores condições de vida para seus habitantes. Observe o caso das chamadas grandes potências mundiais, todas investem recursos financeiros expressivos de seu PIB, para que o processo de desenvolvimento intelectual continue possibilitando gerar riqueza.



          E aqui estamos diante de um grande paradoxo, pois o Brasil recentemente saiu de 18 para 30 bilionários que foram incluídos na lista das pessoas mais ricas do mundo, pessoas que tem mais de UM bilhão de patrimônio pessoal, e esses brasileiros juntos somam ativos de US$ 131.4 bi, quase 6% do PIB nacional.


     Porém esse mesmo país, não conseguiu incluir nenhuma Universidade na lista das 100 Melhores do Mundo e entre os chamados países emergentes. Assim não temos Universidades no  “top” no ranking da Times Higher Education, onde prevalece Harvard como a principal Universidade do Mundo Atual, isso demonstra que eles, os norte americanos, ainda estão lutando e muito para não entregar o título do PIB mais produtivo do mundo aos Chineses, o que segundo estudos econômicos atuais, poderá ocorrer nos próximos dez ou vinte anos.

     Esse gargalo social e econômico, a partir da falta de riqueza produzida pelo conhecimento científico, se apresenta trágico aqui no Brasil, visto que o poder político ainda coloca um olhar sobre o ato de estudar como se fosse um artigo de luxo para algumas classes sociais, onde o investimento financeiro nunca são maiores do que a lei determina como mínimo, como se isso não fosse o suficiente para a manutenção da tragédia do emprego e desemprego. E aqui vale lembrar que ainda temos que suportar um forte condicionante de corrupção financeira nas esferas da educação, municipais estaduais e federais, como um todo. 

    O Brasil está entre as dez maiores potências do mundo, entretanto, quando se fala de investimento em educação estamos em 73º lugar. Para entender isso como ponto de análise da tragédia nacional em relação à educação, o Brasil investe 3% a 4% do PIB, enquanto as demais nações não se permitem investir menos do que 10% de seu PIB, só para efeito de um exemplo simples, para cada 100 reais produzido pelo Brasil, este investe 3 a 4 reais na Educação.
    Logo, estamos no cenário mundial, contrariando a lógica dos povos mais a frente economicamente, visto sermos capazes de produzir riqueza financeira, expansão comercial, sem produzir ciência, implicando em uma dívida social que se reflete no chamado gargalo de mão de obra, pois existem vagas nas indústrias, porém não existem pessoas qualificadas o suficiente para impulsionar o crescimento estável da área econômica, com isso observamos o aumento da violência urbana, fortalecida por uma escolaridade baixa, que sem qualificação, proporciona o crescimento da prostituição infanto juvenil masculina e feminina de norte a sul desse que deveria ser um belo país de oportunidades.


        Estamos no cenário econômico mundial, graças aos nossos belos commodities, assim somos chamados de emergentes, pois nossa riqueza mineral ainda é ampla e diversificada e temos a assediada Amazônia.

     Porém, recentemente, o corte de investimento público anunciado pelo governo federal, complicou ainda mais esse cenário, pois esse se aplicou às Universidades publicas como um todo, chegando de forma quase que paralisante na Universidade Federal do Pará e que agora se apresenta em condições comprometedoras de manter pesquisas científicas e sequer pode pensar em criar novos projetos de iniciação de pesquisa acadêmica. Dessa forma, quase que não pode ensinar pesquisas científicas nas disciplinas de práticas laboratoriais, repassando apenas o lastro da intelectualidade mundial bibliográfica, dentro dos trabalhos apresentados como conclusão de cursos de graduação e pós-graduação.



      Faz-se necessário uma Mobilização, Pressão Social e Acadêmica para que as Universidades não continuem apenas expedindo diplomas, repletos de boas intenções, porém sem capacidade de marcar a forma vocacional do Brasil de efetivamente educar seu Povo.





      E aqui vale lembrar que o direcionamento vocacional de uma pessoa deve caminhar ao encontro do amadurecimento cognitivo e emocional, despertando um entusiasmo contínuo e dinâmico no estudante brasileiro. Sendo assim, ela, a vocação, poderá ajudar e potencializar de forma efetiva o desenvolvimento econômico do pais, visto ser difícil uma pessoa render bastante profissionalmente sem que seus afetos estejam relacionado com sua profissão. 


    Então nos resta cantar Cazuza:

    “Brasil!

Mostra a tua cara,

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim,

Brasil!

Qual é o teu negócio?

O nome do teu sócio?

Confia em mim...

Brasil!”

Prof. Mauri Gaspar

Um comentário:

  1. Você resumiu a indignação contida em muitos corações.
    Buscamos um Brasil igualitário, porém é pouco provável com essa corja que está no poder, que sabe (mais não aplica) que o verdadeiro crescimento econômico está atrelado ao crescimento intelectual das massas.
    No entanto, continue fazendo a diferença em sua sala de aula, para continuarmos com a esperança de um país mais justo.
    O felicito pelo belo blog humanitário e científico...
    Felicidades querido!

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